terça-feira, 20 de março de 2018

20 de março - Disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditais que eu sou, morrereis nos vossos pecados. Jo 8,24



Por três vezes Jesus diz aos fariseus: “Morrereis nos vossos pecados”, porque tinham o coração fechado e não entendiam aquele mistério que o Senhor representava. "Morrer no próprio pecado é algo ruim". No diálogo com eles, Jesus então recorda: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo”. Jesus se refere àquilo que aconteceu no deserto, quando o povo que não podia suportar o caminho, “se afasta do Senhor” e “fala mal d’Ele e de Moisés”.

Então chegam as serpentes que mordem e provocam a morte. O Senhor pede a Moisés que faça uma serpente de bronze e a coloque como sinal sobre uma haste: Quando alguém era mordido e olhava para a serpente de bronze, ficava curado. A serpente é o “símbolo do diabo”, “o pai da mentira”, “o pai do pecado, que fez a humanidade pecar”. E Jesus recorda: “Quando eu for elevado, todos virão a mim”. Este é o mistério da cruz. A serpente de bronze curava, mas era sinal de duas coisas: do pecado cometido pela serpente, de sua sedução, de sua astúcia; e também era sinal da cruz de Cristo. Era uma profecia. Portanto, Jesus se “fez pecado”, como diz São Paulo, e tomou sobre si todas as sujeiras da humanidade, se fez elevar para que todas as pessoas feridas pelo pecado, olhassem para Ele. E quem não reconhecer naquele homem elevado “a força de Deus que se fez pecado para nos curar”, morrerá no próprio pecado.

Não há salvação nas ideias, não há salvação na boa vontade, no desejo de ser bons... não. A única salvação está em Cristo crucificado, porque somente Ele, como a serpente de bronze, foi capaz de tomar para si todo o veneno do pecado e nos curar.
Mas o que é a cruz para nós? Sim, é o sinal dos cristãos, é o símbolo dos cristãos. Nós fazemos o sinal da cruz, mas nem sempre o fazemos bem; porque não temos fé na cruz. Outras vezes, para algumas pessoas, é um distintivo de pertença: ‘Sim, eu uso uma cruz para mostrar que sou cristão’. É bom isso, mas não só como distintivo, como se fosse de uma equipa, mas como memória daquele que se fez pecado.

Outros, ainda, usam a cruz como um ornamento; alguns usam cruzes com pedras preciosas, para se mostrar.  
Deus disse a Moisés: Quem olhar para a serpente será curado”. Jesus diz aos seus inimigos: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou”. Quem não olha para a cruz assim, com fé, morrerá nos próprios pecados, não receberá a salvação.

“Hoje, a Igreja nos propõe um diálogo com este mistério da cruz, com este Deus que se fez pecado por amor de mim. E cada um de nós pode dizer: “Por amor de mim”. E podemos pensar: Como eu uso a cruz? Como uma recordação? Quando faço o sinal da cruz tenho consciência do que faço? Como levo a cruz? Somente como um símbolo de pertença a um grupo religioso? Como uma decoração? Como uma joia, com pedras preciosas... de ouro? Aprendi a levá-la nas costas, aonde machuca? Cada um de nós, hoje, observe o Crucificado, olhe para este Deus que se fez pecado para que nós não morramos nos nossos pecados e responda a estas perguntas que acabei de sugerir”.

Papa Francisco – 04 de abril de 2017

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