A página evangélica de hoje propõe três parábolas com as quais Jesus fala às multidões sobre o Reino de Deus. Analiso a primeira: a do grão bom e da erva daninha, que ilustra o problema do mal no mundo e ressalta a paciência de Deus. Quanta paciência tem Deus!
Também cada um de nós pode
dizer isto:
Quanta paciência tem Deus
comigo!
A narração situa-se num campo
com dois protagonistas opostos. Por um lado, o dono do campo que representa
Deus e espalha a semente boa; por outro, o inimigo que representa Satanás e
espalha a erva daninha.
Com esta imagem, Jesus diz-nos
que neste mundo o bem e o mal estão tão interligados, que é impossível
separá-los e arrancar todo o mal. Só Deus pode fazer isto e fá-lo-á no juízo
final. Com as suas ambiguidades e com o seu caráter multifacetado, a situação
presente é o campo da liberdade, o campo da liberdade dos cristãos, no qual se cumpre
o difícil exercício do discernimento entre o bem e o mal.
O Senhor, que é a Sabedoria
encarnada, ajuda-nos hoje a compreender que o bem e o mal não se podem
identificar com territórios definidos ou determinados grupos humanos: Estes são
os bons, este são os maus.
Ele diz-nos que a linha de
fronteira entre o bem e o mal passa pelo coração de cada pessoa, passa
pelo coração de cada um de nós, ou seja: somos todos pecadores. Sinto vontade
de vos perguntar: Quem não é pecador levante a mão.
Ninguém! Porque todos o somos,
somos todos pecadores. Jesus Cristo, com a sua morte na cruz e a sua
ressurreição, libertou-nos da escravidão do pecado e concedeu-nos a graça de
caminhar rumo a uma nova vida; mas com o Batismo concedeu-nos também a
Confissão, porque temos sempre necessidade de ser perdoados dos nossos pecados.
Olhar sempre e unicamente para o mal que está fora de nós, significa não querer
reconhecer o pecado que está também em nós.
Papa Francisco – 23 de
julho de 2017
Hoje celebramos:
Santa Macrina
São Símaco – Papa
Santo Arsênio, o Grande
São Pedro Crisci de Foligno
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