Como se explica o mal?
O mal simplesmente existe. A fé nos diz:
existem dois mistérios de luz e um mistério de trevas, que, contudo, está
envolvido pelos mistérios de luz. O primeiro mistério de luz é este: a fé
diz-nos que não existem dois princípios, um bom e um mau, mas há um só
princípio, o Deus criador, e este princípio é bom, só bom, sem sombra de mal. E
por isso também o ser não é uma mistura de bem e mal; o ser como tal é bom e
por isso é bom ser, é bom viver. É esta a boa nova da fé: há apenas uma
fonte boa, o Criador. E por isso viver é um bem, é bom ser um homem, uma
mulher, a vida é boa. Depois segue-se um mistério de escuridão, de trevas. O
mal não provém da fonte do próprio ser, não tem a mesma origem. O mal vem de
uma liberdade criada, de uma liberdade abusada.
Como foi possível, como aconteceu? Isto
permanece obscuro. O mal não é lógico. Só Deus e o bem são lógicos, são luz. O
mal permanece misterioso. Permanece um mistério de escuridão, de trevas. Mas
acrescenta-se imediatamente um mistério de luz. O mal vem de uma fonte
subordinada. Deus com a sua luz é mais forte. E por isso o mal pode ser
superado. Portanto a criatura, o homem, é curável. E finalmente, último
aspecto, o homem não é só curável, de fato está curado. Deus introduziu a cura.
Entrou pessoalmente na história. Opôs à fonte permanente do mal uma fonte de
bem puro. Cristo crucificado e ressuscitado, novo Adão, opõe ao rio impuro do
mal um rio de luz. E este rio está presente na história: vejamos os
santos, os grandes santos, mas também os santos humildes, os simples fiéis.
Vemos que o rio de luz que provém de Cristo está presente, é forte.
Papa Bento XVI – 03 de dezembro
de 2008
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