Nºs 65 a 67
Nem sempre temos o comportamento de Jesus. Em vez de nos
dispormos a escutar os jovens profundamente, prevalece a tendência de fornecer
respostas pré-fabricadas e receitas prontas, sem deixar formular as perguntas
juvenis na sua novidade e captar a sua interpelação.
Mas, quando a Igreja
abandona esquemas rígidos e se abre à escuta pronta e atenta dos jovens, esta
empatia enriquece-a, porque permite que os jovens deem a sua colaboração à
comunidade, ajudando-a a individuar novas sensibilidades e colocar-se perguntas
inéditas.
Hoje nós, adultos,
corremos o risco de fazer uma lista de desastres, de defeitos da juventude
atual. Alguns poderão aplaudir-nos, porque parecemos especialistas em encontrar
aspetos negativos e perigos. Mas, qual seria o resultado deste comportamento?
Uma distância sempre maior, menos proximidade, menos ajuda mútua.
A clarividência de
quem foi chamado a ser pai, pastor ou guia dos jovens consiste em encontrar a
pequena chama que continua a arder, a cana que parece quebrar-se, mas ainda não
partiu. É a capacidade de visualizar
percursos onde outros só veem muros, é saber reconhecer possibilidades onde
outros só veem perigos.
Assim é o olhar de
Deus Pai, capaz de valorizar e nutrir os germes de bem semeados no coração dos
jovens. Por isso, o coração de cada
jovem deve ser considerado terra santa, diante da qual devemos descalçar para
poder aproximar-nos e penetrar no Mistério.
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