A primeira comunidade
cristã, reunida em Jerusalém, ofereceu ao mundo a imagem de fraternidade
integral, realizando o preceito de Cristo: “Amai-vos uns aos outros, como eu
vos amei”. Todos os bens eram postos em comum, ricos e pobres sentavam à mesa e
tinham tudo em comum. Isso caracteriza o clima de amor e de santidade em que
viviam os primeiros cristãos da comunidade de Jerusalém. Simeão sucedeu a Tiago
Menor, irmão do Senhor.
São Simeão serviu
como o segundo Bispo de Jerusalém. Além disso, foi parente de Cristo, segundo
descrevem os Evangelhos de São Mateus (13,55) e São Marcos (6,3).
No livro ‘História
Eclesiástica’ de Eusébio de Cesareia (Pai da história da Igreja), este
santo é descrito como primo do Senhor – segundo a carne – por ser filho de
Cléofas, o irmão de São José.
Do mesmo modo, a mãe
de Simeão é mencionada pelo escritor Hegesipo como concunhada da Virgem
Maria. No evangelho de São João e da São Mateus é mencionada uma “irmã” da Mãe
de Deus, que viria a ser Maria, esposa de Cléofas (pai de Simeão).
Depois do martírio
pelos judeus do primeiro Bispo de Jerusalém, São Tiago o Justo, e a imediata
tomada da cidade, a tradição conta que os apóstolos e discípulos do Senhor, que
ainda permaneciam vivos, se reuniram e deliberaram que Simeão seria nomeado seu
sucessor.
O santo bispo
assistiu à destruição de Jerusalém, conforme havia predito Jesus. A pequena
comunidade cristã, lembrando a admoestação de Cristo, teve tempo de fugir ao
trágico destino que coube à cidade na qual os romanos não deixaram pedra sobre
pedra. Logo após o furacão ele voltou e recomeçou, com os fiéis, a reconstrução
das casas e da Igreja que é a mãe de todas as igrejas. Houve muitas conversões,
pois o acontecimento fez muita gente refletir sobre a mensagem evangélica,
havia pouco tempo rejeitada.
Simeão teve longa
vida. Por mais de 40 anos foi bispo de Jerusalém.
Como descreve Eusébio
de Cesareia, na época do imperador Trajano, ressurgiu nas cidades e outros
lugares da Palestina uma nova perseguição contra os cristãos por causa das
revoltas do povo.
Foi então que o Bispo
de Jerusalém foi denunciado como cristão e descendente de Davi. Simeão, ancião
de 120 anos, recebeu ordem de prisão e intimação de prestar homenagem aos
deuses.
“Nunca, nunca – foi à
resposta do venerável Apóstolo – nunca jamais farei tal coisa, negando e
traindo assim meu Mestre e Senhor. Teus deuses têm sido entes infames e ímpios;
Jesus Cristo, porém, é Deus verdadeiro”.
No meio da
cruel flagelação, a que o desumano governador o sujeitou, Simeão louvou e
bendisse o nome de Deus e o de Jesus Cristo.
Vendo que nada
conseguia, o governador condenou-o à morte da cruz. Honra maior não
lhe podia ser dispensada, e por isso Simeão, ouvindo esta sentença,
exultou de alegria.
Ele próprio se
estendeu sobre o instrumento do martírio e ofereceu aos algozes as mãos e os
pés.
Do alto da cruz ainda
confessou o nome do divino Mestre, rezou pelos inimigos e entregou o espírito a
Deus.
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