sábado, 31 de dezembro de 2016

São Silvestre - Papa

São Silvestre encerra o ano civil. Ele encerra também, na história da Igreja uma época importante e inicia uma nova era.

Durante três séculos a Igreja de Deus esteve exposta às mais cruéis perseguições. O império romano empregava todo o seu poder para aniquilar o reino de Deus; o sangue corria em torrentes.
A Igreja permaneceu crescendo, a apesar de todos os planos, afrontando tudo.

Os seus membros morriam aqui e ali, mas a Igreja continuava a viver, e sempre novas pessoas entravam, para preencher as lacunas.

Por fim o império romano se curvou diante de Cristo e colocou a Cruz sobre o seu diadema e o sinal de Cristo sobre a água de suas legiões.

Cristo tinha vencido mais uma batalha, e o Papa Silvestre I viu como tudo mudava. Viu o suplício da cruz ser abolido. Viu cristãos confessarem livre e francamente a sua fé e erigirem casas de Deus.

Segundo o testemunho de historiadores, Silvestre nasceu em Roma, filho de pais ótimos cristãos, que bem cedo o confiaram aos cuidados do sacerdote Cirino, cujo preparo intelectual e exemplo de vida santa fizeram com que o discípulo adquirisse uma formação extraordinariamente sólida cristã.

Estava ainda em preparação última, isto é, a décima e de todas as mais bárbaras das perseguições dioclesianas, quando Silvestre, das mãos do Papa Marcelino, recebeu as ordens sacerdotais. Teve, pois, ocasião de presenciar os horrores desta perseguição sangrenta contra o Reino de Cristo. Pode ele ser e foi testemunha ocular do heroísmo das pobres vítimas do furor desmedido do tirano coroado.

Em 314, por voto unânime do povo e do clero foi proposto para ocupar a cadeira de São Pedro, como sucessor do Papa Melquíades. 

Com a vitória do cristianismo e a conversão do imperador Constantino viu-se o Papa diante da grande tarefa de, por meio das sábias leis, introduzir a religião cristã na vida dos povos, dando-lhe formação concreta e definitiva. A paz, infelizmente não foi de longa duração.

Duas terríveis heresias se levantaram contra a Igreja, arrastando-a para uma luta gigantesca de quase um século de duração. Foi a dos Donatistas, que tomou grande incremento na África.

A Igreja, ensinavam eles, deve compor-se só de justos; no momento em que seu seio tolera pecadores, deixa de ser a Igreja de Cristo.

O batismo administrado por um sacerdote que se encontra em estado de pecado, é inválido. Um bispo, se estiver com um pecado na alma, não pode crismar nem ordenar sacerdotes. Caso administre estes sacramentos, são eles inválidos. 

Pior e mais perigosa foi a outra heresia, propalada pelo sacerdote Ario, da Igreja de Antioquia. Esta heresia afirmava que a Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem, faltavam as atribuições divinas; isto é, não era consubstancial ao Pai, portanto não era Deus, mas mera criatura, de essência diversa da do Pai e de natureza mutável. 
Tanto contra a primeira como contra a segunda o Papa Silvestre tomou enérgica atitude.

A dos Donatistas foi condenada no Concílio de Arles. O arianismo teve sua condenação no célebre Concílio de Nicéia - 325, ao qual compareceram 317 bispos.

O Papa Silvestre, já muito idoso pessoalmente não podendo comparecer à grande Assembléia, fez-se nela representar por dois sacerdotes de sua inteira confiança, que em seu lugar presidiram as sessões.

Estas terminaram com a solene proclamação dogmática da fórmula: " O Filho é consubstancial ao Pai; é Deus de Deus; Deus verdadeiro de Deus Verdadeiro; gerado, não feito, da mesma substância com o Pai". 
As resoluções do Concílio o Papa Silvestre as assinou. Na presença de 272 bispos foram as mesmas em Roma solenemente confirmadas.

Sobre o túmulo de São Pedro, o Papa, auxiliado pelo imperador, construiu a magnífica basílica vaticana, com oitenta colunas de mármore, templo que durante 1100 anos via chegar milhares e milhares de peregrinos provenientes de todas as partes do mundo, ansiosos de prestar homenagens ao "Rochedo", sobre o qual Cristo tinha edificado a sua Igreja - até que deu lugar à atual grandiosa Basílica de São Pedro.


O longo pontificado de São Silvestre (de 314 a 335) correu paralelo ao governo do imperador Constantino, numa época muito importante para a Igreja recém saída da clandestinidade e das perseguições. Foi nesse período que se formou uma organização eclesiástica que duraria por vários séculos. Nesta época, teve lugar de destaque o imperador Constantino.

Durante o seu pontificado a autoridade da Igreja foi estabelecida e se construíram alguns dos primeiros monumentos cristãos, como a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, e as primitivas basílicas de Roma (São João de Latrão e São Pedro), bem como das igrejas dos Santos Apóstolos e de Santa Sofia em Constantinopla.
dias depois.
São Silvestre morreu em 335, depois de ter permanecido no trono de Pedro durante vinte e um anos, e produzido tantos e bons frutos para o cristianismo. No ano seguinte ao da sua morte, começou a ser dedicada a são Silvestre uma festa no dia 31 de dezembro.

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