segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

São Sabas


São Sabas está presente na relação dos grandes sacerdotes fundadores do monaquismo da Palestina. Nascido na Capadócia em 439, Sabas teve uma infância difícil. Filho do militar João e de sua esposa Sofia, aos oito anos ficou órfão.  A disputa dos parentes por sua herança o levou a procurar ajuda num mosteiro, onde foi acolhido, mesmo sendo ainda uma criança. Apesar de pouca instrução, tornou-se um sábio na doutrina cristã.

Desde então, transcorreu sua longa vida entre os mosteiros da Palestina. Experimentou a vida monástica cenobítica, ou seja, comunitária; depois passou para o mosteiro dos anacoretas, onde os monges se nutrem na solidão, preferindo esta última. Dividiu tudo o que herdou entre os cristãos pobres e doentes.


Trabalhou na conversão de seus conterrâneos e ajudando os cristãos perseguidos em sua pátria. Era, antes de tudo, um caridoso e valente.

Naquela época, havia o decreto de que cristãos, para serem poupados, deveriam comer a carne dos animais mortos aos deuses pagãos. Muitos se utilizavam da estratégia de enganar os guardas, dando de comer aos familiares carnes comuns, e não as desses sacrifícios, salvando os familiares do martírio. Mas Sabas se recusava a mentir, chegando a protestar em público contra tal prática.

Quando as perseguições se acentuaram, Sabas já gozava de muito prestígio, pois tinha fundado uma grande comunidade de monges anacoretas no vale de Cedron, na Palestina, chamada de "grande Laura". Ela começou naturalmente, com os eremitas ocupando as cavernas ao redor daquela em que vivia, isolado com os animais, e construíram um oratório. Foi assim que surgiu o que seria no futuro o Mosteiro de São Sabas.

A fama dos prodígios que alcançava através das orações e também a grande sabedoria sobre a doutrina de Cristo, que tão bem defendia, fizeram essa comunidade crescer muito.A ele se atribui o fim de uma longa e calamitosa seca. Ocupava uma posição de liderança importante dentro da sociedade e do clero. A eloquência da sua pregação do Evangelho atraía cada vez mais os pagãos à conversão. Sabas, então, já incomodava o poder pagão como autoridade cristã.

Interferiu junto ao imperador, em Constantinopla, a favor dos mais pobres, contra os impostos. Organizou e liderou um verdadeiro e próprio exercito de monges anacoretas para dar apoio ao papa contra a heresia monofisista que agitou a Igreja do Oriente.

Morreu em 5 de dezembro de 532, aos 93 anos, na Palestina, aos noventa e três anos de idade.  A festa em sua honra ocorre no dia de sua morte.

Pela sua virtude eminente, foi chamado "a pérola do Oriente".

Um milagre de São Sabas:
Um padeiro pendurou as roupas dentro do forno apagado para secarem após um tremendo aguaceiro. Pôs-se, nu - era noite e estava sozinho -, a fazer os pães. 

Colocou-os depois nas prateleiras das paredes do imenso forno. No mais alto da noite, esquecido das roupas, ateou fogo. Quando já de madrugada foi se vestir, descobriu que as roupas ficaram dentro do imenso fogão! 

São Sabas passava então por lá e pretendeu consolar o padeiro que estava muito triste em situação constrangedora! 
São Sabas - essa intimidade dos santos com Deus! - como se fosse a coisa mais normal do mundo, abriu o forno, entrou! 

Perante a estupefação do padeiro, atravessou as chamas, chegou a parede oposta, pegou as roupas, atravessou de novo as chamas e saiu com as roupas sem que ele nem elas sofressem a mínima conseqüência.

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