quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Beato Carlos Steeb


De origem luterana, ao converter-se foi repudiado por sua família, e se dedica aos enfermos e doentes, fundando com Madre Vincenza a Congregação das Irmãs da Misericórdia.

Carlos Steeb nasceu na antiga cidade alemã de Tubinga aos 18 de dezembro de 1773, numa família de luteranos convictos e praticantes. O pai era um administrador de empresas, conceituado e muito competente, que geria os bens do duque de Wurttenberg.  Sua infância foi marcada pelas sucessivas mortes de seus irmãos, seis deles não sobreviveram aos primeiros anos de vida, restando apenas uma irmã. Seu pai ficou profundamente afetado por essas perdas. Mas para Carlos, o infortúnio da família lhe ensinou o valor da paciência e da generosidade; fizeram dele uma pessoa de perdão e compreensão. Sua mãe, uma mulher forte, influenciou sua formação.

A família deu-lhe uma sólida instrução, numa boa e tradicional escola da cidade. Aos dezesseis anos foi para Paris, aprender francês. Após dois anos, seguiu para Verona, onde aprendeu italiano e prática comercial.
Carlos era um rapaz reservado, amadurecido para a idade, que se dedicava totalmente aos estudos e ao trabalho. Até então, ele tinha sido um fiel Luterano como toda a sua família, mas se encontrou com muitos questionamentos sobre a fé católica e a protestante. Ele leu, ponderou, e depois de confiar a Maria e aceitar a ruptura dolorosa imposta por sua família, que rejeitou a sua decisão e fechou as portas da casa completamente, em setembro de 1792, ele se converteu. Foi deixado sem recursos financeiros, desamparado em um país distante do seu. Mas sua convicção espiritual era mais forte e não faltou a ajuda de amigos religiosos que apreciavam suas virtudes.

Quatro anos depois recebeu a ordenação sacerdotal, e desde então, se dedicou com fé inabalável à Virgem Maria, no auxílio aos católicos enfermos vitimados durante a guerra que ocorria naquele tempo. Organizou grupos missionários entre a população, exercícios espirituais para os irmãos leigos e sacerdotes e centros catequizadores. 
Dedicou sua vida aliviando o sofrimento dos enfermos, sendo sempre encontrado no hospital, ou no asilo, onde residia com eles. Foi exatamente no Hospital dos Militares que Padre Carlos teve a inspiração para fundar uma Congregação de religiosas, destinadas a servir nos hospitais.
Em 1840, contraiu o tifo. Depois de recuperado, fundou a Congregação das Irmãs da Misericórdia, destinada ao atendimento de qualquer tipo de doenças do corpo ou da alma, em hospitais e casas de saúde. 

A Obra começou com apenas dois quartos, e com o auxílio de Luisa Poloni, depois Irmã Vincenza, de quem Padre Carlos era confessor. Aliás, ele era o confessor de todos os habitantes de Verona, que o amavam como se fosse a "mãe dos doentes". Depois a Congregação espalhou-se por quase toda a Europa, América Latina e África.

O Padre Carlos faleceu em 15 dezembro de 1856 com a idade de 83 anos, deixando a seguinte recomendação às suas filhas: "a união, a paz, a obediência, os enfermos... "
Foi sepultado na igreja da casa mãe da Congregação, em Verona, Itália.

O Papa Paulo VI proclamou-o Beato em 1975, sendo homenageado no dia de sua morte.


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