O coração da Igreja
está cheio também de jovens santos, que deram a sua vida por Cristo, muitos
deles até ao martírio. Constituem magníficos reflexos de Cristo jovem, que
resplandecem para nos estimular e tirar fora da sonolência. Muitos jovens
santos fizeram resplandecer a idade juvenil em toda a sua beleza e foram, no
seu tempo, verdadeiros profetas de mudança; o seu exemplo mostra do que os
jovens são capazes, quando se abrem ao encontro com Cristo.
Através da santidade
dos jovens, a Igreja pode renovar o seu ardor espiritual e o seu vigor
apostólico. O bálsamo da santidade gerada pela vida boa de muitos jovens pode
curar as feridas da Igreja e do mundo, levando-nos àquela plenitude do amor
para a qual, desde sempre, estamos chamados: os jovens santos impelem-nos a
voltar ao nosso primeiro amor. Recordemos ao menos alguns deles, de diferentes
momentos da história, que viveram, cada um à sua maneira, a santidade.
São Sebastião – no século III –
era um jovem capitão da guarda pretoriana. Contam que falava de Cristo por toda
a parte e procurava converter os seus companheiros, até quando lhe foi ordenado
que renunciasse à sua fé. Como não aceitou, fizeram cair uma chuva de flechas
sobre ele, mas sobreviveu e continuou a anunciar Cristo sem medo. Por fim,
açoitaram-no até à morte.
São Francisco de Assis – no século XII
– ainda muito jovem e cheio de sonhos, ouviu a chamada de Jesus para ser pobre
como Ele e restaurar a Igreja com o seu testemunho. A tudo renunciou com
alegria e é o santo da fraternidade universal, o irmão de todos, que louvava o
Senhor pelas suas criaturas.
Santa Joana d'Arc – no século XV – Era
uma jovem do campo que, apesar da sua jovem idade, lutou para defender a França
dos invasores. Incompreendida pelo seu aspeto e a sua forma de viver a fé,
morreu na fogueira.
Beato André Phû Yên – no século XVII – um
jovem vietnamita, catequista que ajudava os missionários. Foi preso por causa
da sua fé e, por não querer renunciar a ela, assassinaram-no. Morreu, dizendo “Jesus”.
Santa Catarina Tekakwitha – no século XVII
– jovem leiga nascida na América do Norte, foi perseguida pela sua fé e, na sua
fuga, percorreu a pé mais de 300 quilómetros através de espessas florestas.
Consagrou-se a Deus e morreu dizendo: “Jesus, eu te amo!”
São Domingos Sávio – no século XIX – oferecia
a Maria todos os seus sofrimentos. Quando São João Bosco lhe ensinou que a
santidade implica estar sempre alegre, abriu o seu coração a uma alegria
contagiosa. Procurava estar perto dos seus companheiros mais marginalizados e
doentes. Morreu com a idade de 14 anos, dizendo: “Que maravilha estou eu a ver!”
Santa Teresa do Menino Jesus
– no século XIX – Com a idade de 15 anos, superando muitas dificuldades,
conseguiu entrar num convento carmelita. Viveu a pequena via da confiança total
no amor do Senhor, propondo-se alimentar, com a sua oração, o fogo do amor que
move a Igreja.
Beato Zeferino Namuncurá – no século XX
– era um jovem argentino, filho dum importante chefe das populações indígenas.
Tornou-se seminarista salesiano, cheio de vontade de voltar à sua tribo para
levar Jesus Cristo.
Beato Isidoro Bakanja – no século XX
– era um leigo do Congo que dava testemunho da sua fé. Foi longamente torturado
por ter proposto o cristianismo a outros jovens. Morreu, perdoando ao seu
carrasco.
Beato Pier Jorge Frassati – no século XX
– era um jovem de uma alegria comunicativa, uma alegria que superava também as
muitas dificuldades da sua vida. Dizia querer retribuir o amor de Jesus, que
recebia na Comunhão, visitando e ajudando os pobres.
Beato Marcelo Callo – no século XX – era
um jovem francês. Na Áustria, foi preso num campo de concentração, onde, no
meio de duros trabalhos, confortava na fé os seus companheiros de cativeiro.
Beata Chiara Luce Badano – no século XX
– experimentou como o sofrimento pode ser transfigurado pelo amor. A chave da
sua paz e da sua alegria era a total confiança no Senhor e a aceitação também
da doença como expressão misteriosa da sua vontade para o seu bem e para o bem
de todo.
Que eles, juntamente
com muitos jovens que, frequentemente no silêncio e anonimato, viveram a fundo
o Evangelho, intercedam pela Igreja para que esteja cheia de jovens alegres,
corajosos e devotados que ofereçam ao mundo novos testemunhos de santidade.
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