Nºs 43 a 48
No coração da Igreja,
resplandece Maria. É o grande modelo para uma Igreja jovem, que deseja seguir
Cristo. Era ainda muito jovem quando recebeu o anúncio do anjo, não se envergonhando
de fazer perguntas. Mas tinha uma alma disponível e disse: “Eis a serva do
Senhor”.
Sempre impressiona a
força do “sim” de Maria, jovem. A força daquele “faça-se em Mim”, que disse ao
anjo. Não foi uma aceitação passiva ou resignada. Foi qualquer coisa distinta
daquele “sim” que por vezes se diz: “Bem; vamos ver que acontece”. Maria era
determinada: compreendeu do que se tratava e disse “sim”, sem rodeios de
palavras. Foi o “sim” de quem quer comprometer-se e arriscar, de quem quer
apostar tudo, sem ter outra garantia para além da certeza de saber que é
portadora duma promessa.
Pergunto a cada um de
vós: Sentes-te portador duma promessa? Que promessa trago no meu coração,
devendo dar-lhe continuidade?
Maria teria, sem
dúvida, uma missão difícil, mas as dificuldades não eram motivo para dizer
“não”. Maria não comprou um seguro de vida! O “sim” e o desejo de servir foram
mais fortes do que as dúvidas e dificuldades.
Sem ceder a evasões
nem miragens, Ela soube acompanhar o sofrimento do seu Filho, apoiá-Lo com o
olhar e protegê-Lo com o coração. Que dor sofreu! Mas não A abateu. Foi a
mulher forte do “sim”, que apoia e acompanha, protege e abraça. É a grande
guardiã da esperança. D’Ela, aprendemos a dizer “sim” à paciência obstinada e à
criatividade daqueles que não desanimam e recomeçam.
Maria era a donzela
de alma grande que exultava de alegria, era a jovenzinha com os olhos
iluminados pelo Espírito Santo, que contemplava a vida com fé e guardava tudo
no seu coração. Não ficava quieta, punha-se continuamente a caminho: quando
soube que sua prima precisava d’Ela, não pensou nos próprios projetos, mas dirigiu-Se
à pressa para a montanha.
E, sendo necessário
proteger o seu menino, partiu com José para um país distante. Pelo mesmo
motivo, permaneceu no meio dos discípulos reunidos em oração à espera do
Espírito Santo. Assim, com a presença d’Ela, nasceu uma Igreja jovem, com os
seus Apóstolos em saída para fazer nascer um mundo novo.
Aquela jovenzinha é,
hoje, a Mãe que vela pelos filhos: por nós, seus filhos, que muitas vezes
caminhamos na vida cansados, carentes, mas desejosos que a luz da esperança não
se apague. Isto é o que queremos: que a luz da esperança não se apague. A nossa
Mãe vê este povo peregrino, povo jovem amado por Ela, que A procura fazendo
silêncio no próprio coração, ainda que haja muito barulho, conversas e
distrações ao longo do caminho. Mas, diante dos olhos da Mãe, só há lugar para
o silêncio cheio de esperança. E, assim, Maria ilumina de novo a nossa
juventude.
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