sexta-feira, 5 de abril de 2019

Christus vivit - Jesus Cristo sempre jovem: A Juventude de Jesus


Nºs 22 a 29

O Senhor entregou o seu espírito numa cruz, quando tinha pouco mais de 30 anos de idade. É importante tomar consciência de que Jesus foi um jovem. Deu a sua vida numa fase que hoje se define como a dum jovem adulto. Em plena juventude, começou a sua missão pública e, assim, brilhou uma grande luz, sobretudo quando levou até ao extremo o dom da sua vida.

O Evangelho não fala da meninice de Jesus, mas conta-nos alguns fatos da sua adolescência e juventude. Mateus coloca este período da juventude do Senhor entre dois episódios: o regresso da sua família a Nazaré, depois do tempo de exílio, e o seu batismo no Jordão, onde começou a sua missão pública. As últimas imagens de Jesus menino são a dum pequeno refugiado no Egito e, depois, a dum repatriado em Nazaré. As primeiras imagens de Jesus, jovem adulto, são as que o apresentam na multidão ao pé do rio Jordão, para ser batizado pelo primo João Batista, como qualquer um do seu povo.

Aquele batismo não era como o nosso, que nos introduz na vida da graça, mas foi uma consagração antes de começar a grande missão da sua vida. O Evangelho diz que o seu batismo foi motivo de júbilo e comprazimento do Pai: Tu és o meu Filho muito amado. Imediatamente Jesus apareceu cheio do Espírito Santo e foi levado pelo Espírito ao deserto. Cada jovem, quando se sente chamado a cumprir uma missão nesta terra, é convidado a reconhecer dentro de si as mesmas palavras que Deus Pai dissera a Jesus: Tu és o meu filho muito amado.

No intervalo entre estes dois episódios, aparece um que mostra Jesus em plena adolescência: quando regressou para Nazaré com seus pais, depois que estes O perderam e reencontraram no Templo. Em Nazaré, diz o texto que Jesus era-lhes submisso, pois não tinha rejeitado a sua família. Então Lucas acrescenta que Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens. São João Paulo II explicou que não crescia apenas fisicamente, mas houve em Jesus também um crescimento espiritual, porque a plenitude de graça em Jesus era relativa à idade: havia sempre plenitude, mas uma plenitude crescente com o crescer da idade.

Com base nestes dados evangélicos, podemos afirmar que Jesus, na sua fase juvenil, foi-Se formando, foi-Se preparando para realizar o projeto que o Pai tinha. A sua adolescência e juventude orientaram-No para esta missão suprema.

Na adolescência e juventude, a sua relação com o Pai era a do Filho muito amado; atraído pelo Pai, crescia ocupando-Se das coisas d’Ele: Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai? Mas, não devemos pensar que Jesus fosse um adolescente solitário ou um jovem fechado em si mesmo. A sua relação com as pessoas era a dum jovem que compartilhava a vida inteira duma família bem integrada na aldeia. Aprendera o ofício do pai e, depois, substituiu-o como carpinteiro. Por isso no Evangelho, uma vez, é chamado o filho do carpinteiro e, outra, simplesmente o carpinteiro. Este detalhe mostra que era um rapaz da aldeia como os outros, relacionando-Se com toda a normalidade. Ninguém O considerava um jovem estranho ou separado dos outros. Por isso mesmo, quando Jesus começou a pregar, as pessoas não sabiam explicar donde Lhe vinha aquela sabedoria: Não é este o filho de José?

A verdade é que Jesus também não cresceu numa relação fechada e exclusiva com Maria e José, mas de bom grado movia-Se na família alargada, onde encontrava os parentes e os amigos. Assim se compreende que, ao regressar da peregrinação a Jerusalém, os pais estivessem tranquilos pensando que aquele adolescente de doze anos, Se movia livremente entre as pessoas a ponto de não O verem durante um dia inteiro: pensando que Ele Se encontrava na caravana, fizeram um dia de viagem. Graças à confiança que n’Ele depositam seus pais, Jesus move-Se livremente e aprende a caminhar com todos os outros.


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