O dia 23 de junho de
2018, foi um grande dia para o Paraguai e para o Carmelo. No estádio do Club
Porteño foi proclamada beata Maria Felícia de Jesus Sacramentado (Chiquitunga).
A foi presidida pelo Cardeal Angelo Amato, Perfeito da Congregação para a causa
dos Santos; que apresentou a Chiquitunga na sua homilia como uma “jovem culta e santa, entusiasta da sua fé e da sua vocação de consagrada”. Uma santa que “convida hoje as suas irmãs a sentirem-se orgulhosas da sua vocação e
alegres na sua quotidiana entrega ao Senhor”. Uma santa que “nos convida a todos a viver a
nossa existência cristã e inspira a juventude paraguaia a viver fiel ao amor de
Deus”.
Maria Felicia
Guggiari Echeverría nasceu em Villarrica, em 12 de janeiro de 1925. Era
fisicamente pequena, motivo pelo qual o seu pai apelidou-a, carinhosamente, de
“Chiquitunga” (pequerrucha, em guarani). A sua mãe contou que, num dia de
muito frio, Chiquitunga voltou da escola a tremer de frio porque tinha dado o
seu agasalho a uma menina pobre. Uma das suas irmãs denunciou-a ao pai, porém
ela respondeu: "Estás a ver, paizinho! Eu não sinto frio!" E repetia
esfregando as mãozinhas nos seus braços nus e tiritantes. Numa outra vez chegou
a casa com umas sandálias disformes e gastas porque tinha dado, em troca, os
seus sapatos a uma menina necessitada.
Desde os 14 anos, dedicou-se
intensamente à oração e ao apostolado na Ação Católica do Paraguai.
Durante este tempo,
ajudava na catequese de crianças, jovens trabalhadores, universitários com
problemas, pobres, doentes e idosos.
O seu lema de
vida: “TUDO TE OFEREÇO, SENHOR!”, que ela representava por T2OS, qual
forma química para a felicidade, sintetiza a sua entrega a Deus, numa
consagração total do seu ser.
Em 14 de agosto de
1955, aos 30 anos, respondeu ao chamado de Deus e entrou para a vida
contemplativa na Ordem das Carmelitas Descalças. Seu nome passou a ser Maria
Felicia de Jesus Sacramentado.
A Madre Teresa
Margarida resumiu em poucas palavras as atitudes da Irmã Felícia desde o início
da sua entrada no Carmelo: "Tinha um grande espírito de sacrifício,
caridade e generosidade, tudo envolvido em grande mansidão e comunicativa
alegria, sempre viva e brincalhona".
Aos 34 anos, teve
hepatite e, em 28 de março de 1959, domingo de Páscoa, faleceu.
As últimas palavras
da Chiquitunga foram: “Querido Papai, sou muito feliz! Como é grande a religião
católica! Que alegria encontrar com meu Jesus! Sou muito feliz!” e “Jesus, eu
te amo. Que doce encontro! Virgem Maria!”.
Em 13 de dezembro de
1997, começou o seu processo de beatificação. Em 2010, foi declarada
“venerável” por Bento XVI. Em 24 de setembro 2011 foi feita a exumação dos
restos mortais da Irmã Maria Felícia e, após a limpeza dos ossos, foi
descoberto o seu cérebro incorrupto.
Em 1º de junho de
2017, a junta médica do Vaticano comprovou a sua intercessão na cura milagrosa
de Angel Ramón, um recém-nascido que em 2002 reviveu depois de permanecer
durante 20 minutos sem sinais vitais após o parto.
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