quarta-feira, 17 de abril de 2019

17 de abril - Beato Luciano Botovasoa


“O Beato Luciano Botovasoa nos ensina a viver integralmente o Evangelho, que é o livro da vida e não da morte, do amor e não do ódio, da fraternidade e da não discriminação. Luciano foi morto não por ter ofendido e ultrajado o próximo, mas somente por ter vivido como homem livre e justo. Para nós, ele deixa um grande exemplo e um importante legado: o perdão ao próximo, mesmo o perdão aos inimigos e o convite para viver em fraternidade e em paz com todos. É esta a única lei do Evangelho. Esta foi a lei da vida do Beato Luciano Botovasoa”.
Cardeal Angelo Amato


Luciano Botovasoa nasceu em 1908 em Vohipeno, na Província de Fianarantsoa, uma pequena cidade perto da costa sudeste de Madagascar, onde os missionários chegaram em 1899.
Primeiro de nove filhos, frequentou o Colégio São José de Ambozontany, dirigido pela Companhia de Jesus, sendo batizado aos 14 anos na paróquia de Vohipeno em 15 de abril de 1922, Domingo de Páscoa.
No mesmo dia ele fez sua Primeira Comunhão e no ano seguinte recebeu a Confirmação.

Em 1928, ao concluir os estudos, obteve o diploma de habilitação ao ensino e, já no mês de outubro do mesmo ano, tornou-se professor paroquial de Vohipeno, fazendo seu o lema da Companhia de Jesus: Ad maiorem Dei gloriam.(Para a maior glória de Deus)

Em 10 de outubro de 1930, casou-se com Suzanne Soazana na igreja paroquial de Vohipeno e, em 2 de setembro do ano seguinte, nasceu Vincent de Paul Hermann, o primeiro dos seus oito filhos, dos quais apenas cinco sobreviveram. O Beato não é somente professor do vilarejo, mas também é atuante na paróquia. É excelente educador, conhece, além do malgaxe, várias outras línguas: francês, latim, inglês, alemão, chinês. É músico excepcional e cantor reconhecido, tornando-se responsável pelo coro paroquial, generoso e disponível para com os necessitados. É também atleta, e é descrito como sempre sorridente e alegre.

Em 1940, o Beato se aprofunda na Regra da Ordem Terceira Franciscana, que se torna seu texto de estudo e meditação, até fazê-lo assumir tal caminho no seguimento de Cristo, com a vestição do hábito da Ordem Terceira de São Francisco em 8 de dezembro de 1944. Inicia, assim, a levar uma vida pobre, na espiritualidade franciscana, caracterizada por profunda piedade e pelo desejo ardente de difundir o Evangelho em toda parte.

Após a Segunda Guerra Mundial, nos anos 1946-1947, cresce em Madagascar o desejo de independência da França. Em relação à região onde vive o bem-aventurado em 1946, Tsimihoño tornara-se Rei (Mpanjaka) do Clã de Ambohimanarivo, apoiador dos grupos separatistas. Também em Vohipeno, o embate entre as duas facções opostas gera atos de violência. Em 30 de março de 1947, Domingo de Ramos, as igrejas foram incendiadas e começou a perseguição aos cristãos.
           
O Rei Tsimihoño, levando em conta o respeito que o povo de Vohipeno, católicos ou não, tinha pelo “professor cristão” Luciano Botovasoa, planejou capturá-lo fazendo com que voltasse ao vilarejo, ameaçando assassinar sua família, caso não obedecesse às suas ordens.

O bem-aventurado, ciente do que estava prestes a acontecer, confiou ao irmão sua esposa e seus filhos, e regressou a Vohipieno.
Por volta das 21 horas de 17 de abril de 1947, seu irmão André e dois primos, sob ameaça de morte, foram incumbidos de prendê-lo. Conduzido à casa do Rei Tsimihoño sem um processo oficial, foi condenado à morte. Levado para a margem do rio, Luciano reza, dizendo:

"Meu Deus, perdoe meus irmãos. Que meu sangue derramado por terra seja para a salvação da minha pátria".

Ele foi decapitado e o corpo jogado no rio. Morre mártir de sua fé, seguindo o exemplo de Jesus, o Divino Mestre.

Foi beatificado em 15 de abril de 2018 em Madagascar.

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