domingo, 17 de fevereiro de 2019

17 de fevereiro - Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Lc 6,20


Neste domingo, o Evangelho apresenta o primeiro grande discurso que o Senhor dirige ao povo, nas doze colinas ao redor do Lago da Galileia, Jesus subiu à montanha, sentou-se e os seus discípulos aproximaram-se dele. Então, começou a falar e a ensinar. Jesus, novo Moisés, toma o seu lugar na “cátedra” da montanha e proclama bem-aventurados os pobres de espírito, os aflitos, os misericordiosos, quantos têm fome de justiça, os puros de coração e os que são perseguidos. Não se trata de uma nova ideologia, mas de um ensinamento que vem do Alto e diz respeito à condição humana, precisamente aquela que o Senhor, encarnando, quis assumir para a salvar. Por isso, o Sermão da montanha é dirigido ao mundo inteiro, no presente e no futuro … e só pode ser compreendido e vivido no seguimento de Jesus, no caminho com Ele.

As Bem-Aventuranças constituem um novo programa de vida, para nos libertarmos dos falsos valores do mundo e nos abrirmos aos bens verdadeiros, presentes e futuros. Com efeito, quando Deus consola, sacia a fome de justiça e enxuga as lágrimas dos aflitos, significa que, além de recompensar cada um de modo sensível, abre o Reino dos Céus. As Bem-Aventuranças são a transposição da cruz e da ressurreição na existência dos discípulos. Elas refletem a vida do Filho de Deus, que se deixa perseguir e desprezar até à condenação à morte, a fim de que aos homens seja concedida a salvação.
Um antigo eremita afirma: As Bem-Aventuranças são uma dádiva de Deus, e temos o dever de lhe render grandes graças por elas e pelas recompensas que delas derivam, ou seja, o Reino dos Céus no século vindouro, a consolação aqui, a plenitude de todo o bem e a misericórdia da parte de Deus … uma vez que nos tivermos tornado imagem de Cristo na terra.
O Evangelho das Bem-Aventuranças comenta-se com a própria história da Igreja, a história da santidade cristã, porque — como escreve são Paulo — o que é estulto no mundo, Deus escolheu-o para confundir os sábios; e o que é fraco no mundo, Deus escolheu-o para confundir os fortes; e o que é vil e desprezível no mundo, Deus escolheu-o, como também as coisas que nada são, para destruir aquelas que são. Por isso, a Igreja não teme a pobreza, o desprezo e a perseguição numa sociedade com frequência atraída pelo bem-estar material e o poder mundano. Santo Agostinho recorda-nos que não é útil padecer tais males, mas suportá-los pelo nome de Jesus, não apenas com o espírito tranquilo, mas também com alegria.

Papa Bento XVI – 30 de janeiro de 2011

Hoje celebramos:

Nenhum comentário:

Postar um comentário