Ele quer desviar a atenção da
maternidade entendida só como um vínculo do sangue, para a orientar no sentido
daqueles vínculos misteriosos do espírito, que se formam com o prestar ouvidos
e com a observância da palavra de Deus.
Ter-se-á afastado, por causa
disto, daquela que foi sua mãe, a sua genetriz segundo a carne?
Desejará, porventura, deixá-la
na sombra do escondimento, que ela própria escolheu?
Embora assim possa parecer, se
nos ativermos só ao som material daquelas palavras, devemos observar, no
entanto, que a maternidade nova e diversa, de que Jesus fala aos seus
discípulos, refere-se precisamente a Maria e de modo especialíssimo.
Não é, acaso, Maria a
primeira dentre aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põe em prática?
E, portanto, não se referirão
sobretudo a ela aquelas palavras abençoantes pronunciadas por Jesus, em
resposta às palavras da mulher anônima?
Maria é digna, sem dúvida
alguma, de tais palavras de bênção, pelo fato de se ter tornado Mãe de Jesus
segundo a carne; mas é digna delas também e sobretudo porque, logo desde o
momento da Anunciação, acolheu a palavra de Deus e porque nela acreditou
e sempre foi obediente a Deus; ela, com efeito, “guardava” a palavra,
meditava-a “no seu coração” e cumpria-a com toda a sua vida.
Carta Encíclica
Redemptoris Mater – nº 20 – São João Paulo II
Hoje celebramos:
Nossa Senhora do Carmo
Santa Maria Madalena Postel
Beata Ermengarda de Chiemsee
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