Mais uma vez, de onde nasce a
força para enfrentar o martírio? Da profunda e íntima união com Cristo, porque
o martírio e a vocação ao martírio não constituem o resultado de um esforço
humano, mas são a resposta a uma iniciativa e um chamado de Deus, são um dom da
sua graça, que torna capaz de oferecer a própria vida por amor a Cristo e à
Igreja, e assim ao mundo. No entanto, é importante ressaltar o fato de que a
graça de Deus não suprime nem sufoca a liberdade daqueles que enfrentam o
martírio mas, ao contrário, enriquece-a e exalta-a: o mártir é uma pessoa sumamente
livre, livre em relação ao poder e ao mundo; uma pessoa livre, que num único
gesto definitivo entrega toda a sua vida a Deus, e num supremo gesto de fé, de
esperança e de caridade, abandona-se nas mãos do seu Criador e Redentor;
sacrifica a própria vida para ser associado de maneira total ao Sacrifício de
Cristo na Cruz. Em síntese, o martírio é um grande gesto de amor, em resposta
ao amor imenso de Deus.
Provavelmente nós não somos
chamados ao martírio, mas nenhum de nós está excluído da chamada divina à
santidade, a viver a medida alta da existência cristã, e isto exige que tomemos
todos os dias a cruz sobre nós mesmos. Todos nós, sobretudo no nosso tempo, em
que parecem prevalecer o egoísmo e o individualismo, temos o dever de assumir
como compromisso primário e fundamental, o de crescer cada dia num amor maior a
Deus e aos irmãos, para mudar a nossa vida e assim transformar também a vida do
nosso mundo. Por intercessão dos Santos e dos Mártires, peçamos ao Senhor que
inflame o nosso coração, para sermos capazes de amar como Ele amou cada um de
nós.
Papa Bento XVI – 11 de
agosto de 2010
Hoje celebramos:
Santo Henrique
Santa Clélia Barbieri
Beato Carlo Manuel Rodrigues Santiago
Beato Ferdinando Maria Baccilieri
Beato Mariano de Jesus Euse Hoyos
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