Ele identifica-se com o
semeador, que difunde a boa semente da Palavra de Deus, e dá-se conta dos
vários efeitos que ela alcança, segundo o tipo de acolhimento reservado ao
anúncio. Há quem ouve superficialmente a Palavra, mas não a acolhe; há outros
que a recebem no momento, mas não têm constância e perdem tudo; há depois
aqueles que são dominados pelas preocupações e seduções do mundo; e há enfim
quantos ouvem de modo receptivo, como o terreno bom: aqui a Palavra produz
fruto em abundância.
Mas este Evangelho insiste
também sobre o método da pregação de Jesus, ou seja, precisamente sobre o uso
das parábolas. Por que lhes falas mediante parábolas? perguntam os discípulos. E Jesus responde,
apresentando uma distinção entre eles e a multidão: aos discípulos, isto é
àqueles que já se decidiram a segui-lo, Ele pode falar do Reino de Deus
abertamente, mas aos demais, ao contrário, deve anunciá-lo com parábolas,
precisamente para estimular a decisão, a conversão do coração; com efeito, pela
sua própria natureza as parábolas exigem um esforço de interpretação,
interpelam a inteligência mas também a liberdade.
São João Crisóstomo explica: “Jesus
pronunciou estas palavras com a intenção de atrair a Si os seus ouvintes e de
os estimular, assegurando que, se O procurarem, Ele curá-los-á”.
No fundo, a verdadeira Parábola
de Deus é o próprio Jesus, a sua Pessoa que, no sinal da humanidade, esconde e
ao mesmo tempo revela a divindade. Deste modo, Deus não nos obriga a crer nele,
mas atrai-nos a Si com a verdade e a bondade do seu Filho encarnado: Com
efeito, o amor respeita sempre a liberdade.
Papa Bento XVI – 10 de
julho de 2011
São João Gualberto
Santo Inácio Clemente Delgado
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