Quais são os instrumentos das boas obras?
- Primeiramente, amar ao Senhor Deus de todo o coração, com toda a alma, com todas as forças.
- Depois, amar ao próximo como a si mesmo.
- Em seguida, não matar.
- Não cometer adultério.
- Não furtar. Não cobiçar.
- Não levantar falso testemunho.
- Honrar todos os homens.
- E não fazer a outrem o que não quer que lhe seja feito.
- Abnegar-se a si mesmo para seguir o Cristo.
- Castigar o corpo.
- Não abraçar as delícias.
- Amar o jejum.
- Reconfortar os pobres.
- Vestir os nus.
- Visitar os enfermos.
- Sepultar os mortos.
- Socorrer na tribulação.
- Consolar o que sofre.
- Fazer-se alheio às coisas do mundo.
- Nada antepor ao amor de Cristo.
- Não satisfazer a ira.
- Não reservar tempo para a cólera.
- Não conservar a falsidade no coração.
- Não conceder paz simulada.
- Não se afastar da caridade.
- Não jurar para não vir a perjurar.
- Proferir a verdade de coração e de boca.
- Não retribuir o mal com o mal.
- Não fazer injustiça, mas suportar pacientemente as que lhe são feitas.
- Amar os inimigos.
- Não retribuir com maldição aos que o amaldiçoam, mas antes abençoá-los.
- Suportar perseguição pela justiça.
- Não ser soberbo.
- Não ser dado ao vinho.
- Não ser guloso.
- Não ser apegado ao sono.
- Não ser preguiçoso.
- Não ser murmurador.
- Não ser detrator.
- Colocar toda a esperança em Deus.
- O que achar de bem em si, atribuí-lo a Deus e não a si mesmo.
- Mas, quanto ao mal, saber que é sempre obra sua e a si mesmo atribuí-lo.
- Temer o dia do juízo.
- Ter pavor do inferno.
- Desejar a vida eterna com toda a cobiça espiritual.
- Ter diariamente diante dos olhos a morte a surpreendê-lo.
- Vigiar a toda hora os atos de sua vida.
- Saber como certo que Deus o vê em todo lugar.
- Quebrar imediatamente de encontro ao Cristo os maus pensamentos que lhe advêm ao coração e revelá-los a um conselheiro espiritual.
- Guardar sua boca da palavra má ou perversa.
- Não gostar de falar muito.
- Não falar palavras vãs ou que só sirvam para provocar riso.
- Não gostar do riso excessivo ou ruidoso.
- Ouvir de boa vontade as santas leituras.
- Dar-se frequentemente à oração.
- Confessar todos os dias a Deus na oração, com lágrimas e gemidos, as faltas passadas e daí por diante emendar-se delas.
- Não satisfazer os desejos da carne.
- Odiar a própria vontade.
- Não querer ser tido como santo antes que o seja, mas primeiramente sê-lo para que como tal o tenham com mais fundamento.
- Pôr em prática diariamente os preceitos de Deus.
- Amar a castidade.
- Não odiar a ninguém.
- Não ter ciúmes.
- Não exercer a inveja.
- Não amar a rixa.
- Fugir da vanglória.
- Venerar os mais velhos.
- Amar os mais moços.
- Orar, no amor de Cristo, pelos inimigos.
- Voltar à paz, antes do pôr-do-sol, com aqueles com quem teve desavença.
- E nunca desesperar da misericórdia de Deus.
- Eis aí os instrumentos da arte espiritual: se forem postos em ação por nós, dia e noite, sem cessar, e devolvidos no dia do juízo, seremos recompensados pelo Senhor com aquele prêmio que Ele mesmo prometeu: "O que olhos não viram nem ouvidos ouviram preparou Deus para aqueles que o amam".
Regra de São Bento - Capítulo IV
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