No mês de julho a piedade cristã se dirige de
modo especial para o Sangue de Cristo.
Desde os inícios do Cristianismo, o mistério de
amor do Sangue de Cristo fascinou muitas pessoas, porque compreenderam na luz
da fé que o Sangue de Cristo é fonte de salvação para o mundo. Deus escolheu o
sinal do sangue, porque nenhum outro sinal é tão eloquente para expressar o
amor supremo da vida doada aos outros. Esta doação repete-se em cada celebração
eucarística, na qual se torna presente, juntamente com o Corpo de Cristo, o seu
Sangue precioso, o Sangue da nova e eterna Aliança, derramado por todos em remissão
dos pecados (cf.Mt 26, 27).
A meditação do sacrifício de Cristo induz-nos a
cumprir obras de misericórdia, oferecendo a nossa vida por Deus e pelos irmãos
sem nos pouparmos. A meditação do mistério do Sangue de Cristo derramado na
cruz pela nossa redenção, impele-nos, em particular, rumo a quantos poderiam
ser curados nos seus sofrimentos morais e físicos, mas, ao contrário, se deixam
definhar nas margens de uma sociedade do consumo e da indiferença.
Não devemos esquecer que a verdadeira força do
testemunho cristão deriva do próprio Evangelho. E é aqui que sobressai a
centralidade do Sangue de Cristo e da relativa espiritualidade. Trata-se de
confiar sobretudo na “superabundância de amor” expressa no Sangue do Senhor,
realçada pelos Padres da Igreja e pelos grandes santos e místicos da história
cristã, de São Boaventura a Santa Catarina de Sena, e a um Santo
particularmente querido: São Gaspar de Búfalo. Este sacerdote romano, fundador
dos Missionários do Preciosíssimo Sangue, esforçou-se por manter vivo o fervor
da fé no seio do povo cristão percorrendo as regiões da Itália central. Com o
exemplo do seu amor a Deus, da sua humildade, da sua caridade, ele soube levar
por toda parte a reconciliação e a paz, indo ao encontro das necessidades
espirituais e materiais das pessoas mais frágeis, que viviam nas margens da
sociedade.
Papa Francisco – 30 de
junho de 2018
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