Oito dias depois do
Nascimento da Santíssima Virgem, em obediência à praxe dos Judeus, seus santos
pais, deram o nome de Maria à sua Filhinha.
A Liturgia estabeleceu a
festa do Santíssimo Nome de Maria no decurso da oitava de sua Natividade.
A cidade de Cuenca na
Espanha foi quem, tendo para isso a aprovação de Roma, em 1513 introduziu
a festa, que era celebrada no dia 15 de setembro.
Em 1587 o Papa Sisto IV
mudou o dia da celebração para 17 de setembro e em 1671 a festa foi estendida
para toda a Espanha.
Inocêncio XI estendeu a
Festa à toda a Igreja, em ação de graças pela brilhante vitória alcançada por
Jan Sobieski, rei católico da Polônia, em 1683, sobre os turcos, que tinham
chegado a assediar Viena, capital da Áustria. Antes da
batalha, o rei Jan Sobieski colocou suas tropas sob a proteção da Virgem Maria.
O
nome de uma pessoa é algo muito importante na Bíblia, pois representa a própria
pessoa. Certamente São Joaquim e Santa Ana foram inspirados pelo Céu para
escolher esse Nome à Virgem que seria um dia a Mãe do Redentor e nossa Mãe.
São
Lucas registra: “O nome da Virgem era Maria”. O anjo enviado por Deus diz a
ela: “não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus”.
Segundo
os mariólogos o nome Miryam pode ter origens diversas: “Uns derivam o nome da
raiz mery, da língua egípcia e significa mui amada. Outros dizem que provém do
siríaco e quer dizer senhora, opinião de pouca solidez. A sentença mais
freqüente é a que o deriva do hebraico. Dentro desta língua cabem muitas
interpretações. Assim se enumeram as seguintes: “Mar amargo e rebelião; Gota do
mar; Senhor de minha linhagem; Estrela do Mar; Esperança; Excelsa ou sublime;
Pingue, Robusta; Amargura e Mirra”. O Cônego José Vidigal, citando Fraine,
diz que “apesar de sessenta tentativas que já foram feitas a etimologia
científica do nome de Maria continua incerta”.
Mais
importante do que o significado exato desse Nome, é que é um Nome Poderoso, por
ser o da Mãe de Deus; e que deve ser invocado sempre.
Chamemos a Maria de Nossa Senhora, pelo título que chamamos a
Jesus Nosso Senhor. Pronunciar o seu nome é afirmar o seu domínio, implorar o
seu auxílio e colocarmo-nos debaixo da sua proteção maternal.
Assim hoje, 12 de setembro a
Igreja celebra o Santíssimo Nome de Maria. O objetivo dessa festa é que os
fiéis possam se recomendar a Deus, de modo especial, por intercessão de Sua
Santíssima Mãe, as necessidades da Igreja e as próprias necessidades, e
agradecer a Deus pelas graças recebidas por intermédio de Sua Mãe.
"Ó
amabílissima Maria, vosso santo nome não pode passar pela boca sem abrasar o
coração! Os que Vos amam não podem pensar em Vós, sem um consolo e um gozo
muito particulares. Nunca entrais sem doçura na memória dos que Vos
honram." São Bernardo
Oremos
Deus
de bondade infinita, cujo Filho Unigênito, ao morrer na cruz, nos quis dar como
nossa Mãe a Virgem Santa Maria, que Ele escolhera para sua Mãe, fazei que, pela
invocação do seu nome, sintamos o auxílio da sua materna proteção. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo. Amém.
Quando invocar o nome de Maria
“Só vos digo que invoqueis o nome de Maria quando tiverdes necessidade dele; quando vos sobrevier algum desgosto, alguma pena, alguma tristeza; quando vos molestarem os achaques do corpo, ou vos não molestarem os da alma; quando vos faltar o necessário para a vida ou desejardes o supérfluo para a vaidade; quando os pais, os filhos, os irmãos, os parentes se esquecerem das obrigações do sangue; quando vo-lo desejarem beber a vingança, o ódio, a emulação, a inveja; quando os inimigos vos perseguirem, os amigos vos desampararem, e donde semeastes benefícios, colherdes ingratidões e agravos; quando os maiores vos faltarem com a justiça, os menores com o respeito, e todos com a proximidade; quando vos inchar o mundo, vos lisonjear a carne, e vos tentar o demônio, que será sempre e em tudo; quando vos virdes em alguma dúvida ou perplexidade, em que vós não saibais resolver nem tomar conselho; quando vos não desenganar a morte alheia, e vos enganar a própria, sem vos lembrar a conta de quanto e como tendes vivido e ainda esperais viver; quando amanhecer o dia, sem saberdes se haveis de anoitecer, e quando vos recolherdes à noite, sem saber se haveis de chegar à manhã; finalmente, em todos os trabalhos, em todas as aflições, em todos os perigos, em todos os temores, e em todos os desejos e pretensões, porque nenhum de nós conhece o que lhe convém; em todos os sucessos prósperos ou adversos, e muito mais nos prósperos, que são os mais falsos e inconstantes; e em todos os casos e acidentes súbitos da vida, da honra, da fazenda, e, principalmente, nos da consciência, que em todos anda arriscada, e com ela a salvação. E como em todas estas coisas, em cada uma delas necessitamos de luz, alento e remédio mais que humano, se em todas e cada uma recorrermos à proteção e amparo da mãe das misericórdias, não há dúvida que, obrigados da mesma necessidade, não haverá dia, nem hora, nem momento em que não invoquemos o nome de Maria”.
Padre Antônio Vieira
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