O que norteava o seu
trabalho era a certeza de que a riqueza da Igreja pertencia aos pobres e ela
seria apenas a zeladora. Ele recebeu vultosas doações das famílias mais ricas
de Roma que, seguindo seu exemplo, estavam ansiosas para expiar seus pecados perante Deus.
Gregório dava esmolas tanto individualmente quanto para grupos inteiros; sobre isso, escreveu:
Eu frequentemente encarreguei vocês... a agirem como meus
representantes ... para aliviar o sofrimento dos pobres...
...Eu ocupo o posto de zelador da propriedade dos pobres....
...Eu ocupo o posto de zelador da propriedade dos pobres....
A igreja recebia doações de diversas maneiras diferentes: itens
consumíveis, como roupas e alimentos; edifícios e obras de arte; fontes de
renda como os latifúndios sicilianos - doados por Gregório e sua família.
A Igreja já tinha um sistema implantado para circular os itens consumíveis: em
cada paróquia havia um diaconium, o escritório do diácono, que se situava num edifício
no qual os pobres se candidatavam a receber ajuda.
Recém-eleito, Gregório redirecionou os recursos da Igreja para
conseguir administrar as ações de ajuda. Ao fazê-lo, demonstrou tanto seu
talento quanto sua compreensão intuitiva dos princípios de contabilidade, que
só seria inventada séculos depois. Ele passou a exigir incessantemente que seus
clérigos fossem atrás de pessoas precisando de ajuda e os repreendia quando
percebia que não estavam fazendo isso. Numa carta enviada a um subordinado na
Sicília, ele escreveu:
Eu lhe pedi acima de tudo que cuidasse dos pobres. E se você
sabia de pessoas vivendo na pobreza, deveria ter avisado... É meu desejo que
você dê à mulher, Pateria, quarenta soldos para a compra de calçados infantis e
quarenta medidas de cereais..."
Nenhum comentário:
Postar um comentário