Invocada como
padroeira dos lares, Nossa Senhora da Consolação promove a harmonia no seio das
famílias e a conversão dos filhos desviados.
O sentimento mais enraizado no coração humano é o desejo da felicidade.
No entanto, nada mais comum do que o sofrimento entre os seres humanos. Por
isso mesmo, todos nós necessitamos de afeto e consolação; porém, neste mundo
enganoso, muitas vezes não encontramos consolações humanas. Existe uma fonte de
esperança, um raio de luz que ilumina as trevas do desespero e distribui a paz
aos corações atribulados. É a consolação dos Aflitos, a Mãe de Deus, Nossa
Senhora da Consolação.
O presente título é divulgado
no mundo inteiro pelos Agostinianos, é uma invocação é antiga. Vamos primeiro
recordar a lenda para depois centrar o interesse nos poucos dados que possuímos
com caráter histórico.
Conta a lenda que, angustiada
pela perda de seu esposo Patrício e pelos extravios de seu filho Agostinho,
Mônica recorreu à Virgem pedindo-lhe ajuda e solicitando que lhe revelasse como
Ela se vestia depois da morte de seu esposo, São José.
Maria a consolou com uma aparição, na
qual lhe mostrou um vestido de cor negro, cingido com um cinturão de couro e
entregou-lhe sua correia prometendo proteger todo aquele que vestisse como Ela
e se cingisse com sua correia.
A lenda se propagou durante os
séculos XIV e XV e alcançou seu apogeu nos dois séculos seguintes.
Paralelamente os agostinianos atribuíram à correia valores taumatúrgicos e lhe
deram um significado místico. A correia passou a ser símbolo de mortificação,
disponibilidade e pureza.
Logicamente a lenda carece de
base histórica e nos conduz a um mundo aberto ao irreal e maravilhoso, que já
não é o nosso. Porém, é correto dizer que:
"reflete um fato que, de
um ou outro modo, teve que suceder no coração de Mônica, e funde em uma única realidade
três devoções de todo agostiniano: à Mãe
de Deus, a Santo Agostinho e à Santa Mônica.”
“A Consolação recorda a alegria
de Mônica pela conversão de seu filho e aviva em nossos corações a esperança de
que Maria não deixará nunca de velar por nós e nossos entes queridos"
(Frei Angel Martinez Cuesta).
Segundo os dados históricos, em
sua origem, nenhum laço especial relaciona esta invocação à Ordem Agostiniana.
A Idade Média, dentro de sua
rusticidade cultural e relaxamento dos costumes, teve acertos louváveis em
outros múltiplos aspectos da vida de fé, entre outros, descobrir o papel da
Virgem no plano religioso, e em consequência, fundamentar dogmaticamente e
difundir sua devoção com entusiasmo.
Consta que em meados do século
XV os agostinianos veneravam no norte da Itália uma imagem de Maria, invocada
sob este precioso nome.
Em 1575 a Confraria fundada em
Bolonha uniu-se à de Cinturados de Santo Agostinho. A união passou a formar uma
Arquiconfraria que adotou o título de "Cinturados de Santo Agostinho e de
Santa Mônica" sob a invocação de Nossa Senhora da Consolação.
A partir de então a devoção e o
culto se propagaram constantemente, favorecidos pelos Papas e pelo zelo dos
agostinianos.
O autêntico sentido teológico
da invocação de Nossa Senhora da Consolação, tão caro a todo agostiniano, está
fielmente refletido na oração coleta de sua festa:
Pai de misericórdia, que
enviastes ao mundo, por intermédio da Bem-aventurada Virgem Maria, o Consolador
prometido pelos profetas, Jesus Cristo, vosso Filho, concedei-nos, por
intercessão de Mãe tão excelsa, acolher vossas abundantes consolações e
partilhá-las com nossos irmãos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo. Amém
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