domingo, 16 de abril de 2017

Tempo Pascal


O Tempo Pascal compreende cinquenta dias (em grego = "pentecostes"), vividos e celebrados como um só dia: "os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes devem ser celebrados com alegria e júbilo, como se se tratasse de um só e único dia festivo, como um grande domingo" (Normas Universais do Ano Litúrgico).

O Tempo Pascal é o mais forte de todo o ano, inaugurado na Vigília Pascal e celebrado durante sete semanas até Pentecostes. É  a Páscoa (passagem) de Cristo, do Senhor, que passou da morte à vida, a sua existência definitiva e gloriosa. É a páscoa também da Igreja, seu Corpo, que é introduzida na Vida Nova de seu Senhor por meio do Espírito que Cristo lhe deu no dia do  primeiro Pentecostes. A origem destes cinquenta dias  remonta-se às origens do Ano litúrgico.

Os judeus tinha já a "festa das semanas" (ver Dt 16,9-10), festa inicialmente agrícola e depois comemorativa da Aliança no Sinai, aos cinquenta dias da Páscoa. Os cristãos organizaram rapidamente sete semanas, mas para prolongar a alegria da Ressurreição e para celebrar ao final dos cinquenta dias a festa de Pentecostes: o dom do Espírito Santo. Já  no século II temos o testemunho de Tertuliano que fala que neste espaço de tempo não se jejua, mas que se vive uma prolongada alegria.

A liturgia insiste muito no  caráter unitário destas sete semanas.
A primeira semana é a  "oitava da Páscoa', a Igreja deseja que nos oito dias de Páscoa vivamos o mesmo espírito do domingo da Ressurreição, colhendo as mesmas graças. Assim, a Igreja prolonga a Páscoa, com a intenção de que “o tempo especial de graças” que significa a Páscoa, se estenda por oito dias, e o povo de Deus possa beber mais copiosamente, e por mais tempo, as graças de Deus neste tempo favorável, onde o céu beija a terra e derrama sobre elas suas Bênçãos copiosas. Ela termina com o domingo da oitava, chamado “in albis”, porque nesse dia os recém batizados tiravam as vestes brancas recebidas no dia do Batismo, hoje também chamado Domingo da Misericórdia, festa instituída por São João Paulo II.

Dentro destes cinquenta dias  se celebra a Ascensão do Senhor, agora não necessariamente aos quarenta dias da Páscoa, mas no domingo sétimo de Páscoa, porque a preocupação não é tanto cronológica mas teológica, e a Ascensão pertence simplesmente ao mistério da  Páscoa do Senhor. E  conclui tudo com a vinda do Espírito  em Pentecostes.

A unidade destes cinquenta dias  que dá também destacada pela presença do Círio Pascal aceso em todas as celebrações, até o domingo de Pentecostes, ao lado do ambão da Palavra. Uma vez concluído o tempo Pascal, convém que o Círio seja dignamente conservado no batistério. O Círio Pascal também é usado durante os batismos e as exéquias, quer dizer no princípio e o término da vida temporal, para simbolizar que um cristão participa da luz de Cristo ao longo de todo seu caminho terreno, como garantia de sua incorporação definitiva à Luz da vida eterna.

Os vários domingos não se chamam, como antes, por exemplo, "domingo III depois da Páscoa", mas "III Domingo da Páscoa". As celebrações litúrgicas destes cinquenta dias  expressam e nos ajudam a viver o mistério pascal comunicado aos discípulos do Senhor Jesus.


As leituras da Palavra de Deus dos oito domingos deste Tempo na Santa Missa estão organizados com essa intenção. A primeira leitura é sempre dos Atos dos Apóstolos, a história da igreja primitiva, que em meio a suas debilidades, viveu e difundiu a Páscoa do Senhor Jesus. A segunda leitura muda segundo os ciclos: a primeira carta de São Pedro, a primeira carta de São João e o livro do Apocalipse.

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