terça-feira, 18 de abril de 2017

18 de abril - Beata Maria da Encarnação

A beata Maria da Encarnação é considerada a “mãe e fundadora do Carmelo na França”, porque ela ajudou a espalhar por toda a França a reforma carmelita de Santa Teresa de Ávila.

Nasceu em Paris, em 01 de fevereiro de 1566 e recebeu o nome de Bárbara Avrillot, filha do  senhor de Champlatreux, Nicolau Avrillot, Senhor de Champstreaux, riquíssimo, influente na corte francesa e na vida religiosa por ser um homem muito devoto, assim como sua descendência. 

Como era costume na época, apenas adolescente Bárbara foi enviada às Irmãs Menores da Humildade de Nossa Senhora, que habitavam em Longchamp.
Regressou à família aos catorze anos e não pôde optar pela vida religiosa, pois aos dezesseis anos foi entregue como esposa ao Visconde de Villemor, Pedro Acarie, Senhor de Montbrost e de Roncenay, proprietário de muitas terras, muito atuante na política da corte e cuja influência era tão forte quanto à de sua família, homem de costumes irrepreensíveis.

O casal teve seis filhos. “A bela Acarie”, como era conhecida em Paris, iniciou a vida matrimonial e de mãe dando a singular exemplo de virtude cristã, de vida de oração e de contemplação, cumprindo fielmente os mandamentos e a vontade de Deus em seu lar, como mãe e esposa, cumprindo todos os deveres cristãos e religiosos, vivendo santamente em sua própria casa, tratando com respeito e caridade aos seus funcionários, dando provas de como os casais cristãos podem santificar sua vida doméstica. Soube galgar as alturas místicas, embora vivendo em meio aos cuidados e afazeres domésticos.

Trabalhou ativamente para ajudar os necessitados, especialmente no cerco de Paris, em 1590, com a intervenção militar dos espanhóis, no reinado de Henrique IV. Foi dedicada filha da Igreja e participou da ação de oposição contra a heresia protestante que procurava se estender na França. Por essa época, Deus a favoreceu com extraordinárias graças místicas.

Filha devota da Igreja, Madame Acarie participou das ações contra a heresia protestante que procurava se estender na França. Deus a favoreceu com graças místicas extraordinárias, mas também lhe mandou provas exteriores e interiores.

O rei Henrique IV, protestante, após desfazer a Liga Católica à qual seu marido pertencia, mandou-o para o exílio e confiscou todos os seus bens. Foram quatro anos de várias atribulações financeiras e de aflição de espírito. Porém Bárbara não se abateu, tomou a defesa do marido, não se detendo até provar a inocência dele e reaver todos os bens.

Foi com essa fibra que educou os filhos, com generosidade, no respeito e no serviço aos mais pobres, doentes e mais desamparados. Ensinou-os a viver de maneira simples, sóbria, modesta, e no amor à verdade, pois a verdade é Cristo. Ensinou-lhes também o espírito de sacrifício e a força de vontade perante as dificuldades.

A beata Maria da Encarnação conheceu são Francisco de Sales, que a apreciava muito e a tinha em grande conta e atuou como seu confessor e diretor espiritual. Em 1601, leu os escritos de santa Teresa de Jesus e passou a desejar, determinadamente, a fazer todo o possível para apresentar a reforma do Carmelo na França. Em 1602, surgiram as primeiras vocações. Ela obteve permissão do rei, e, em 1603, o papa Clemente VIII autorizou a primeira fundação que rapidamente foi concretizada.
Da Espanha, em 29 de agosto de 1604, vieram seis carmelitas descalças, incluindo a futura beata Ana de São Bartolomeu e a futura venerável serva de Deus Ana de Jesus. Em 17 de outubro do mesmo ano, em Paris, deu-se início ao modo de vida teresiano no mosteiro recém-construído.
Bárbara Avrillot teve a felicidade de ver entrar no Carmelo todos as três filhas e viu a Ordem expandir-se também para Pontoise, Dijon e Amiens, entre 1605 a 1606. Em 1613, seu marido Pedro ficou gravemente doente e morreu depois de nove dias, na paz dos homens justos, assistida pela santa esposa e confortado por uma confirmação celeste de sua salvação eterna.
Em 1613 seu esposo adoeceu gravemente e depois de nove dias morreu na paz do homem justo, assistido pela santa viúva confortada pela confirmação celeste da sua salvação eterna.

Em 7 de abril de 1614, livre de todos os deveres terrenos, Bárbara ingressou no Carmelo de Amiens como conversa, tomando o nome de Maria da Encarnação. Fez seus votos a uma de suas filhas, que se tornara abadessa do mosteiro.

Viveu sua vida de clausura com humildade, trabalhando na cozinha, atendendo as irmãs doentes, sofreu muito com a incompreensão de uma nova priora proveniente de outro Carmelo, teve muitos êxtases e visões que a confortavam nas suas longas doenças e provações. Manteve-se sempre ativa e preparada para discussões sobre o tema da fé e sempre humilde e afetuosa como simples carmelita de sua comunidade. 

Por motivos de saúde, foi transferida para o Carmelo de Pontoise em 7 de dezembro de 1616. Ali, após uma longa enfermidade, entregou a alma a Deus em 18 de abril de 1618, recitando várias vezes os Salmos 21 e 101. Esse dia era uma Quinta-Feira Santa. O seu corpo repousa na capela daquele convento.

Irmã Maria da Encarnação, Madame Acarie, é considerada a "Mãe Fundadora do Carmelo na França" porque mais do que todos contribuiu para a difusão da reforma carmelita de Santa Teresa d'Ávila em solo francês.

O decreto do papa Urbano VIII fez com que a causa de beatificação de Irmã Maria da Encarnação fosse reaberta somente em 1782 e concluída com a cerimônia de beatificação por Pio VI em 5 de junho de 1791.


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