O corpo de Jesus está no sepulcro, mas a sua alma, entre os
mortos, anuncia o Reino dos Céus. Chega a hora em que os mortos ouvem a voz do
Filho de Deus e os que a ouvem viverão (Jo 5,25).
Enquanto isso, desolados com
a morte de Jesus, os discípulos observam o sábado judaico imersos na tristeza.
Eles se esqueceram da promessa de Jesus. Mas nós não podemos nos esquecer! Não
podemos esquecer!
Nesta noite, depois do pôr do sol, nós nos reuniremos em
nossas paróquias para a Grande Vigília Pascal, durante a qual experimentaremos
o Jesus ressuscitado dos mortos!
Começaremos o nosso encontro na escuridão e
acenderemos o fogo da Páscoa, que nos lembra que Jesus é a Luz que brilha nas
trevas. Jesus é a Luz do mundo. Entraremos na igreja e ouviremos atentamente os
relatos da Bíblia que descrevem a obra salvadora de Deus nos tempos passados. É
então que, de repente, as luzes da igreja são acesas e é cantado o Glória
jubiloso com o qual celebramos o momento da Ressurreição de Cristo! Jesus
Cristo vive!
Na alegria da Ressurreição, celebramos então os sacramentos do
Batismo, da Confirmação e da Eucaristia para os nossos catecúmenos e para os
candidatos que se prepararam durante muitas semanas até a chegada desta noite.
Como Igreja, cantamos o Aleluia pela primeira vez em longos quarenta dias.
Faça
tudo que estiver ao seu alcance para estar presente nesta noite na Vigília
Pascal e convide também os seus amigos e a sua família.
A Ressurreição de
Cristo é o centro da nossa fé: é o momento mais importante de toda a História
da Salvação! A nossa vigília culmina em uma alegria pascal que nunca mais terá
fim!
O Senhor está vivo e quer
ser procurado entre os vivos. Depois de O ter encontrado, cada um é enviado por
Ele para levar o anúncio da Páscoa, para suscitar e ressuscitar a esperança nos
corações pesados de tristeza, em quem sente dificuldade para encontrar a luz da
vida. Há tanta necessidade disto hoje. Esquecendo de nós mesmos, como servos
jubilosos da esperança, somos chamados a anunciar o Ressuscitado com a vida e
através do amor; caso contrário, seremos uma estrutura internacional com um
grande número de adeptos e boas regras, mas incapaz de dar a esperança de que o
mundo está sedento.
Como podemos alimentar a
nossa esperança? A Liturgia desta noite dá-nos um bom conselho. Ensina-nos a
recordar as obras de Deus. Com efeito, as leituras narraram-nos a sua
fidelidade, a história de seu amor por nós. A Palavra viva de Deus é capaz de
nos envolver nesta história de amor, alimentando a esperança e reavivando a
alegria. Isto mesmo nos lembra também o Evangelho que escutamos. Os anjos, para
dar esperança às mulheres, dizem: «Lembrai-vos de como [Jesus] vos falou» (v.
6). Não esqueçamos a sua Palavra e as suas obras, senão perderemos a esperança;
por isso façamos memória do Senhor, da sua bondade e das suas palavras de vida
que nos tocaram; recordemo-las e façamo-las nossas, para sermos sentinelas da
manhã que sabem vislumbrar os sinais do Ressuscitado.
Amados irmãos e irmãs,
Cristo ressuscitou! Abramo-nos à esperança e ponhamo-nos a caminho; a memória
das suas obras e das suas palavras seja a luz resplandecente, que orienta os
nossos passos na confiança, rumo à Páscoa que não terá fim.”
Papa Francisco – 27 de março de 2016
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