“A vinda do Espírito Santo no Cenáculo,
foi como o beijo da reconciliação dado
por Deus à humanidade redimida no sangue de Jesus”
“O Espírito Santo é a tua vida e tu não podes fazer nada de bom sem Ele.”
“É necessário que o Espírito Santo forme em nós o homem novo, portanto precisamos lhe pedir com fervorosas súplicas que nos conceda esta graça; porque sem o Espírito Santo ficaremos sempre como somos!”
Elena Guerra nasceu em Lucca
(Itália), no dia 23 de Junho de 1835. Viveu e cresceu em um clima familiar
profundamente religioso. Depois de viver várias experiências típicas do laicato
católico, como o cuidado de doente e o catecismo de crianças, ela decidiu se
dedicar a uma vida religiosa mais intensa.
Durante uma longa
enfermidade, se dedica à meditação da Palavra de Deus e ao estudo dos Padres da
Igreja, o que determina sua orientação da vida interior e de seu apostolado;
primeiro na Associação das Amigas Espirituais, idealizada por ela mesma para
promover entre as jovens a amizade em seu sentido cristão, e depois nas Filhas
de Maria.
Em Abril de 1870, Elena
participa de uma peregrinação pascal em Roma juntamente com seu pai, Antônio.
Entre outros momentos marcantes, a visita às Catacumbas dos Mártires confirmam
nela o desejo pela vida consagrada.
A visita ao Papa Pio IX a
comove de tal maneira que depois de algumas semanas, já em Lucca, no dia 23 de
Junho, faz a oferta de toda a sua vida pelo Papa.
No ano de 1871, depois de
uma grande noite escura, seguida de graças místicas particulares, Elena com um
grupo de Amigas Espirituais e Filhas de Maria, dá início a uma nova experiência
de vida religiosa comunitária, que em 1882 culminará na fundação da Congregação
das Irmãs de Santa Zita, dedicada a educação cultural e religiosa da juventude.
É neste período que Santa Gemma Galgani se tornará “sua aluna predileta”.
Em 1886, Elena sente o
primeiro apelo interior a trabalhar de alguma forma para divulgar a Devoção ao
Espírito Santo na Igreja. Para isto, escreve secretamente muitas vezes ao
Papa Leão XIII, exortando-o a convidar “os cristãos modernos” a redescobrirem a
vida segundo o Espírito; e o Papa, amavelmente solicitado pela mística
Luquese, dirige à toda Igreja alguns documentos, que são como uma introdução a
vida segundo o Espírito:
- a
breve “Provida Matris Charitate” de 1895;
- a Encíclica “Divinum Illud
Munus” em 1897
- a carta aos bispos “Ad
fovendum in christiano populo”, de 1902.
Em Outubro de 1897, Elena é
recebida em audiência por Leão XIII, que a encoraja a prosseguir o apostolado
pela causa do Espírito Santo e autoriza também a sua Congregação a mudar de
nome, para melhor qualificar o carisma próprio na Igreja: Oblatas do Espírito
Santo.
Para Elena, a exortação do
Papa é uma ordem, e se dedica ainda com maior empenho à causa do Espírito
Santo, aprofundando assim, para si e para os outros, o verdadeiro sentido do
“retorno ao Espírito Santo”: Será este o mandato da sua Congregação ao mundo.
Elena, em suas meditações com a Palavra de Deus, é
profundamente impressionada e comovida por tudo o que acontece no Cenáculo
histórico da Igreja Nascente: Ali, Jesus se oferece como vítima a Deus para a
salvação dos homens; ali institui o Sacramento de Amor, a Eucaristia; ali,
aparece aos seus discípulos depois da ressurreição e ali, enfim, manda de junto
do Pai o Espírito Santo sobre a Igreja Nascente.
A Igreja é descrição a
realizar os Mistérios do Cenáculo, Mistérios permanentes, e, portanto, o
Mistério Pascal: A Igreja é, por isto, prolongamento do Cenáculo, e,
analogamente, é ela mesma como um Cenáculo Espiritual Permanente.
É neste Cenáculo do Mistério
Pascal, no qual o Senhor Ressuscitado reúne a comunidade sacerdotal real e
profética, que também nós, e cada fiél em particular, fomos inseridos pelo
Espírito mediante o Batismo e a Crisma, e capacitados a participar da
Eucaristia, que é uma assembléia de confirmados, e, portanto, semelhante a
primeira comunidade do Cenáculo depois da descida do Espírito Santo. É nesta
prospectiva que Elena Guerra concebe e inicia o “Cenáculo Universal”
como movimento de oração ao Espírito Santo.
Elena morreu no dia 11 de
Abril de 1914, sábado santo, com o grande desejo no coração de ver “os cristãos
modernos” tomando consciência da presença e da ação do Espírito Santo em suas
vidas, condição indispensável para um verdadeiro “renovamento da face da
terra”.
Beatificada em 26 de Abril
de 1959, pelo Papa João XXIII que a definiu “Apóstola do Espírito Santo dos
tempos modernos”, assim como Santa Maria Madalena foi a apóstola da
Ressurreição e Santa Maria Margarida Alacoque a apóstola do Sagrado Coração.
O carisma profético de Elena é ainda atual, visto que a
única necessidade da Igreja e do Mundo é a renovação contínua de um perene e
“Novo Pentecostes” que por fim “renove a face da terra”. (Elena
Guerra)
Nenhum comentário:
Postar um comentário