“Tarde
te amei,
beleza sempre antiga
e sempre nova,
tarde te amei.”
beleza sempre antiga
e sempre nova,
tarde te amei.”
O momento da conversão na vida de Agostinho é dramático. Após anos
de incertezas, resistência e confusão, ele encontra seu verdadeiro lar.
Encontrando a si mesmo e a Deus, Agostinho encontrou a felicidade.
A família agostiniana celebra com solenidade no dia
24 de abril a festa da conversão de Santo Agostinho, uma data com profundo
sabor pascal que traça muito bem o processo vivido pelo santo: uma caminhada
autenticamente pascal que culminaria com seu batismo na noite da Páscoa de 387,
com a idade de 33 anos.
O caminho percorrido pelo santo de Hipona até a fé católica
foi longo, penoso e também tortuoso. Pode-se dizer, na verdade, de várias
conversões de santo Agostino. Outra maneira de ver a conversão do Bispo de
Hipona é considerá-la como uma só conversão, mas vivida em várias etapas bem
diferenciadas.
O importante é não esquecer que santo Agostinho
viveu a vida em busca de Deus. Para encontrá-lo, ele O procurou em todas as
instâncias de sua vida e com todas as forças que ele possuía. Todos os momentos
importantes de sua vida foram momentos de conversão.
Mesmo depois da conversão em Cassicíaco, ele
continuou a ter momentos importantes e cruciais em sua vida que exigiram dele
tomadas de posições que são verdadeiras conversões, e em cada uma delas ele se
aproximou mais e mais a Deus.
No ano de 386, então com 32 anos de idade,
Agostinho, seu filho Adeodato, sua mãe Mônica e um grupo de amigos passaram a
viver em um pequena propriedade chamada Cassicíado, localizada perto de Milão.
Eles partilhavam as tarefas do campo e da casa, estudavam e oravam juntos.
Naquele lugar, Agostinho abraçou a fé católica e se
converteu.
Tolle et lege, tolle et lege
(Toma e lê, toma e lê)
(Toma e lê, toma e lê)
Estas palavras que Santo Agostinho escutou marcam o
momento de sua conversão. Ele mesmo nos conta o acontecido em seu livro Confissões:
De repente ouvi a voz de uma criança que cantava:
"toma e lê!, toma e lê!" Entendi que era Deus quem me
convidava a abrir a Bíblia que segurava entre as mãos. Apressei-me a ler o
texto que tinha diante de meus olhos: "Nada
de rixas e ciúmes, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.”
Agostinho vivia então em Milão, onde ia escutar com
frequência o Bispo Católico Ambrósio. Ele inicia, com essas idas à Igreja, a
aceitar e acertar o espiritual, a fé na Igreja e, finalmente, todo o credo católico.
Depois do momento derradeiro do tolle et
lege tudo
mudou: terminando o período escolar, ele comunicou aos seus alunos de Milão sua
firme decisão de abandonar o magistério e aconselhou-os a procurar outro
professor de retórica. Além do mais, ele buscou a catequese para poder se
preparar para o batismo.
Nas Cartas de São Paulo Agostinho descobriu o
significado de estar comprometido com a vida cristã.
Um ano mais tarde, a Vigília Pascal da noite de 24
para 25 de abril de 387, Aurélio Agostinho foi batizado na Catedral de Milão
pelo bispo Ambrósio. Foram batizados também seu filho Adeodato e o fiel amigo
Alípio.
A conversão de Agostinho foi tão profunda que ele
deixou completamente seu antigo modo de ser e inaugurou a etapa de viver
segundo o Evangelho. Novamente, é o próprio Agostinho quem escreve no seu livro
Confissões:
Fomos batizados e todo o medo da vida que tivemos
até então deixou de existir em nós. Assim, ainda em 387, Agostinho volta à Roma para
preparar sua viagem de volta à África, sua terra natal. Voltou com seus amigos
para realizar o santo propósito de viver em comunidade ao serviço de Deus.
Durante a viagem de volta sua mãe Mônica morreu em
Óstia, um porto perto de Roma. Agostinho então retorna à Roma onde permanece de
8 a 10 meses visitando comunidades e mosteiros para conhecer melhor o estilo de
vida que ele desejava viver.
Finalmente
ele volta à África, em julho ou agosto de 388. Ele se estabeleceu em Tagaste,
sua cidade natal, onde, segundo o testemunho de são Possídio, junto com os que
haviam se unido a ele vivia para Deus, e Agostinho partilhava sua doutrina aos
presentes e ausentes com discursos e com livros.
Santo Agostinho, junto com os seus, dedicou-se à
vida em comunidade, à contemplação e à busca da verdade pela fé e pelo
conhecimento, jamais abandonou tal projeto de vida, mesmo depois de se ter
tornado sacerdote e bispo.
Santo Agostinho e sua dinâmica vívida da conversão
vive hoje na família Agostiniana que lhe reconhece como Pai, no culto da Igreja
que o venera como Santo, em todas as almas recuperadas que lhe devem o seu
retorno a Deus e nas mentes privilegiadas que o admiram por seu gênio fecundo e
disponível às conversões que aproximam cada vez mais de Deus.
Oração
Ó Deus, luz perene e pastor eterno, que chamastes Santo Agostinho dos caminhos do erro para o vosso serviço; concedei-nos honrar sua conversão, orientando nossa vida segundo seu exemplo e fortalecendo nossa fé com seu ensinamento. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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