No
dia 21 de Junho de 1002, nascia, na Alsácia, Brunon d'Egisheim-Dabo, que seria
Papa em 1049, com o nome de Leão IX. Damos graças pelas maravilhas que Deus fez
em favor da sua Igreja através da vida e do ministério deste grande Papa,
possamos nos deixar guiar pelo Espírito Santo para participar no crescimento da
Igreja do terceiro milênio!
A
vida e ministério de Brunon permanecem uma fonte de inspiração e um exemplo
estimulante para responder às exigências atuais do Anúncio do Evangelho e para
enfrentar com confiança uma nova situação eclesial. Apenas com vinte e cinco
anos de idade, Brunon foi chamado a ser Bispo de Toul; dedicou-se
imediatamente, com paciência e caridade, à reforma de uma diocese exposta a
profundas dificuldades.
Leão IX foi um reformador,
tendo-se inscrito na reforma gregoriana. Convoca durante seu pontificado 12
Concílios.
Suas principais lutas
foram contra:
·
a taxa eclesiástica (a simonia);
·
o casamento bem como a concubinagem dos padres (o nicolaismo;
·
o fato de os bispos serem príncipes do Império;
·
o afastamento dos valores do cristianismo primitivo
·
De junho de 1053 a março
de 1054 ele foi mantido prisioneiro em Benevento, numa prisão honorável; ele
não sobreviveu muito tempo após seu retorno a Roma, onde morreu em 19 de abril
de 1054. O dia de São Leão é festejado em 19 de abril, dia do aniversário da
sua morte. Seu corpo repousa na basílica de S. Pedro.
Homem de fé,
Brunon confiou no Espírito que orienta a Igreja sem cessar e fê-la crescer no
amor de Cristo. Como Papa, do mesmo modo que como bispo, as reformas que
empreendeu não são a aplicação mecânica de uma teoria, mas o fruto de uma
atenção constante às pessoas e aos acontecimentos, para neles discernir a ação
do Espírito, assim como a expressão de uma fidelidade pessoal a Cristo e ao
Evangelho. É na fé em Cristo Ressuscitado que ele bebe a força para trabalhar
na indispensável renovação espiritual da sua diocese, possuído pela certeza de
que, como dirá o Concílio Vaticano II, "a Igreja reúne em seu seio os
pecadores e, por isso, e ao mesmo tempo que é santa, precisa também de
purificação e sem descanso prossegue no seu esforço de penitência e de
renovação" (Lumen gentium, 8). À distância de um milênio, a atual
geração é chamada a voltar para Cristo para reavivar a sua fé e a sua esperança
e a partir de novo de Cristo para revelar ao mundo o mistério da salvação.
Homem de oração, sensível aos germens de renovação presente no seu tempo, Brunon acolhe
com benevolência e vigilância as iniciativas que aparecem. Está particularmente
atento para proteger e promover a vida consagrada, dom de Deus "precioso e
necessário no presente e para o futuro do Povo de Deus, porque pertence
intimamente à sua vida, santidade e missão" (Vita consecrata, 3).
Hoje, como no século XI não pode haver uma reflexão sobre o futuro sem uma
renovada tomada de consciência da chamada de todos os batizados à santidade,
sublinhada pelo Concílio do Vaticano II, dela fazendo sobressair o seu
intrínseco dinamismo. Assim, para numerosos contemporâneos, insatisfeitos de
uma sociedade materialista incapaz de responder às suas questões essenciais,
tornando-se imperiosa a necessidade de referências espirituais, a vida
consagrada tem uma função essencial a desempenhar. Ela é um testemunho
insubstituível que introduz na compreensão da natureza íntima da vocação humana
e cristã. Ela manifesta também a orientação cristológica da vida de cada batizado
vivida como uma resposta ao Amor do Pai. Na terra que viu nascer Leão IX, ela
deu à Igreja universal admiráveis figuras de santidade. Possa o povo cristão
tomar consciência deste tesouro inestimável e beber abundantemente nestas
riquezas espirituais!
Homem de comunhão, Leão IX tinha uma grande consciência da sua missão de Pastor
universal, que manifestou através das suas numerosas viagens, da França à
Eslováquia, da Lorena ao Sul da Itália. Ao longo de cinco anos, desenvolveu uma
intensa atividade para "confirmar os seus irmãos na fé" e criar laços
de confiança entre Roma e as Igrejas visitadas; estava desejoso de promover uma
comunhão cada vez mais intensa entre todos, como o testemunham as sessões
reformadoras, os sínodos e os concílios que reuniu durante estes anos. Na sua
sequência, "se quisermos ser fiéis ao desígnio de Deus e corresponder às
expectativas mais profundas do mundo" (Novo millennio ineunte, 43),
somos chamados a cultivar um espírito semelhante e a dar testemunho dele,
vivendo desta "espiritualidade da comunhão" que, primeiramente, é um
caminho espiritual para seguir a Cristo, uma atitude fundamental que permite
encarar com sabedoria e prudência, face às novas situações, as adaptações
necessárias a pôr em ação, no respeito pelas pessoas e pela sua própria
responsabilidade e na atenção à Tradição da Igreja.
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