quarta-feira, 27 de julho de 2016

São Raimundo Zanfogni



“Raimundo Zanfogni é exemplo de um santo peregrino medieval que, após a morte de sua esposa e cinco filhos, comprometeu-se a uma série interminável de peregrinações dedicando-se ao alívio dos pobres e doentes”.  
Ele nasceu em Piacenza no ano 1140. Seus pais eram simples e dedicados ao trabalho. Raimundo recebeu de sua mãe, em casa, toda a educação cristã e literária. Aos doze anos foi encaminhado pelo pai a trabalhar no ofício de sapateiro.
Aos quatorze anos seu pai faleceu e o jovem decidiu dedicar sua vida a Deus, pretendendo assim peregrinar até o Santo Sepulcro. Empreendeu com sua mãe a viagem que aconteceu sob diversas intempéries que foram vencidas pelos dois, mas ao retornar Raimundo foi abalado pelo falecimento de sua mãe.

Tinha quinze anos quando retornou à sua terra natal, depois desta viagem. Ele nasceu em Piacenza, Itália, no ano de 1140. Mais tarde, incentivado pelos seus parentes, se casou e teve cinco filhos, porém, todos morreram no mesmo ano. Nasceu então um outro, Geraldo, forte e sadio, mas, a esposa adoeceu e morreu quando o menino ainda era muito pequeno. Por isto, decidiu deixar o filho com os sogros, que o educaram no seguimento de Cristo, e se tornou um peregrino.

Primeiro foi à Santiago de Compostela, depois à Roma, de onde seguiu para Jerusalém e voltou novamente para Roma. Mas, em oração, escutou do próprio Cristo sua vontade que ele retornasse à Piacenza para dedicar-se aos pobres e necessitados. Assim ouviu Raimundo: “Eu quero que você retorne à sua terra natal de Piacenza, onde há tantas pessoas pobres e tantos que estão doentes e oprimidos por várias calamidades que imploram pela minha misericórdia”. Retornou e imediatamente iniciou a sua obra.
Raimundo passou a cuidar dos doentes e moribundos, num tempo em que não existia assistência aos necessitados. Fundou uma espécie de hospedaria-albergue onde tratava a todos com dedicação e dignidade, enxergando em cada um deles a face de Cristo. Como não tinha muitas posses, se tornou esmoler, para manter suas obras. Frequentava todos os dias as igrejas, pregava pelas ruas e fazia procissões com seus pobres, solicitando a caridade das pessoas. Logo ele passou a abrigar também as crianças abandonadas, que se tornaram a grande razão de sua vida. 

Além de dar abrigo e cuidado, afeto e carinho, ele catequizava à todos, na doutrina cristã. Era um simples leigo, tinha pouca instrução, mas possuía o dom da sabedoria e pregava com autoridade. Por isto, ele tomou a iniciativa de advertir publicamente o próprio Bispo, que não se posicionava com firmeza frente aos problemas da cidade. 
Começou a pregar contra a ganancia dos ricos, fazia procissões e passeatas com os pobres. ia na frente carregando ima grande cruz nos ombros e gritando profeticamente;
"Ajudem-nos! Estamos morrendo de fome enquanto vocês vivem na abundância!"  
 
Na época, Piacenza e Cremona, passavam por constantes lutas, resultando em mortos inocentes. Servindo de mediador, Raimundo conseguiu solucionar o conflito.
Tornou-se o protetor dos pobres e das vítimas dos abusos de todos os gêneros, que ele mesmo acompanhava aos tribunais defendendo-os na frente dos juízes insensíveis e prepotentes. As autoridades do governo, por fim, passaram a consulta-lo em todas as questões que envolviam os pobres.

Ele faleceu, no dia 27 de julho de 1200, entre seus pobres e exortando ao filho Geraldo, que se tornasse sacerdote, o que de fato ocorreu, pouco tempo depois. Com fama de santidade em vida, foi sepultado próximo à Capela dos Doze Apóstolos.
Logo as notícias de graças e prodígios se espalharam pela região e a casa dos seus pobres, passou a ser chamada de Hospedaria de São Raimundo Zanfogni. Mas ele só foi canonizado em 1602, pelo Papa Clemente VIII, que designou dia de sua morte, para a celebração litúrgica.

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