“A ação
do Espírito se manifesta de modo especial também na vida e missão de Madre Paulina, inspirando-a a
constituir, juntamente com um grupo de jovens amigas, uma casa de acolhida,
pouco depois batizada pelo povo de "Hospitalzinho São Virgílio",
destinada à atenção material e espiritual de doentes e desamparados. Nasce
assim, para atender os planos da Providência, a primeira Comunidade religiosa
do sul do Brasil, denominada Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição.
Foi neste Hospital, que o ser-para-os-outros constituiu o pano de fundo da vida
de Madre Paulina. No serviço aos pobres e aos doentes, ela tornara-se
manifestação do Espírito Santo, "consolador perfeito; doce hóspede da
alma; suavíssimo refrigério"
Nascida no dia 16 de dezembro de 1865, no norte da Itália recebeu o nome de Amábile Lúcia Visintainer. Era a segunda filha de Antônio Napoleone Visintainer e Anna Pianezzer.
Imigrante
italiana radicada no Brasil desde os nove anos de idade, Santa Paulina adotou o
Brasil como sua pátria e os brasileiros como irmãos.
Imigrou
para o Brasil, juntamente com seus pais, seus irmãos e outras famílias da
região Trentina, no ano de 1875, estabelecendo-se na localidade de Vígolo -
Nova Trento - Santa Catarina.
Neste
período sua mãe a estava preparando para a Primeira Eucaristia, mas como
Amábile não sabia ler, a preparação estava sendo lenta. Um dia o padre pediu
que
as
crianças preparadas para a Primeira Comunhão se apresentassem na Missa no
próximo domingo. No domingo ela saiu de casa bem cedo com o livro Máximas
Eternas de Santo Alfonso Ligori, apresentou-se ao padre sabendo ler, e
demonstrando estar preparada recebeu sua Primeira Eucaristia.
Quando
contou para sua mãe, ela espantou-se: Como? Você não sabe ler. A menina pegou o
livro e o leu para sua mãe, que espantadíssima não conseguia entender.
Em
1887 faleceu sua mãe e Amábile cuidou da família até o pai contrair novo
casamento. Desde pequena ajudava na Paróquia de Nova Trento, especificamente na
Capela de Vígolo, como paroquiana engajada na vida pastoral e social.
Amábile
teve um sonho com Nossa Senhora em três noites consecutivas, nele a Santíssima
Virgem pedia: “É meu ardente desejo que comeces uma obra, trabalharás pela
salvação de minhas filhas.”
Aos
12 de julho de 1890 com sua amiga, Virginia Rosa Nicolodi, deu início à
Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, cuidando de Angela Viviani,
em fase terminal de câncer, num casebre doado por Beniamino Gallotti. Após a
morte da enferma, em 1891, juntou-se a ela mais uma entusiasta de ideal: Teresa
Anna Maule.
Na
profissão dos votos religiosos Amábile tomou o nome de Irmã Paulina do Coração
Agonizante de Jesus.
Em
1894 o trio fundacional da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição
transferiu-se para a cidade de Nova Trento. Receberam em doação o terreno e a
casa de madeira dos generosos benfeitores: João Valle e Francisco Sgrott, hoje
um centro de encontros.
Em
1903, Santa Paulina foi eleita, pelas Irmãs, superiora geral, por toda a vida.
Nesse mesmo ano, deixou Nova Trento para cuidar dos ex-escravos idosos e
crianças órfãs, filhas de ex-escravos e pobres no Ipiranga, em São Paulo - SP.
Recebeu apoio do pe. Luiz Maria Rossi e ajuda de benfeitores em especial do
conde Dr. José Vicente de Azevedo.
Em
1909, a Congregação cresce nos estados de Santa Catarina e São Paulo. As Irmãs
assumem a missão evangelizadora na educação, na catequese, no cuidado às
pessoas idosas, doentes e crianças órfãs.
Nesse
mesmo ano, Santa Paulina é deposta do cargo de Superiora Geral pela autoridade
eclesiástica e enviada para Bragança Paulista, a fim de cuidar doentes e
asilados, onde testemunha humildade heroica e amor ao Reino de Deus.
Compreendendo
que a obra é de Deus e não sua, ela se submete humildemente e permanece por 09
anos naquela missão.
Em
1918, Santa Paulina é chamada a viver na sede Geral da Congregação, onde
testemunha uma vida de santidade e ajuda na elaboração da História da
Congregação e no resgate do Carisma fundante. Acompanha e abençoa as Irmãs que
partem em missão para novas fundações. Alegra-se com as que são enviadas aos
povos indígenas em Mato Grosso, em 1934. Rejubila-se com o Decreto de Louvor
dado pelo Papa Pio XI, em 1933, à Congregação.
Internada
em 1938, sofreu a amputação do dedo médio, depois da mão e do braço direito.
Diante do sofrimento dizia:
“Deus me pediu o meu dedo, agora quer também o braço, mas
eu estou disposta a dar-lhe tudo.”
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