sábado, 9 de julho de 2016

Santa Madre Paulina


“A ação do Espírito se manifesta de modo especial também na vida e missão de Madre Paulina, inspirando-a a constituir, juntamente com um grupo de jovens amigas, uma casa de acolhida, pouco depois batizada pelo povo de "Hospitalzinho São Virgílio", destinada à atenção material e espiritual de doentes e desamparados. Nasce assim, para atender os planos da Providência, a primeira Comunidade religiosa do sul do Brasil, denominada Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Foi neste Hospital, que o ser-para-os-outros constituiu o pano de fundo da vida de Madre Paulina. No serviço aos pobres e aos doentes, ela tornara-se manifestação do Espírito Santo, "consolador perfeito; doce hóspede da alma; suavíssimo refrigério"


Papa João Paulo II - Homilia de Canonização - 18 de maio de 2002

Nascida no dia 16 de dezembro de 1865, no norte da Itália recebeu o nome de Amábile Lúcia Visintainer. Era a segunda filha de Antônio Napoleone Visintainer e Anna Pianezzer.

Imigrante italiana radicada no Brasil desde os nove anos de idade, Santa Paulina adotou o Brasil como sua pátria e os brasileiros como irmãos.

Imigrou para o Brasil, juntamente com seus pais, seus irmãos e outras famílias da região Trentina, no ano de 1875, estabelecendo-se na localidade de Vígolo - Nova Trento - Santa Catarina.
Neste período sua mãe a estava preparando para a Primeira Eucaristia, mas como Amábile não sabia ler, a preparação estava sendo lenta. Um dia o padre pediu que
as crianças preparadas para a Primeira Comunhão se apresentassem na Missa no próximo domingo. No domingo ela saiu de casa bem cedo com o livro Máximas Eternas de Santo Alfonso Ligori, apresentou-se ao padre sabendo ler, e demonstrando estar preparada recebeu sua Primeira Eucaristia.
Quando contou para sua mãe, ela espantou-se: Como? Você não sabe ler. A menina pegou o livro e o leu para sua mãe, que espantadíssima não conseguia entender.

Em 1887 faleceu sua mãe e Amábile cuidou da família até o pai contrair novo casamento. Desde pequena ajudava na Paróquia de Nova Trento, especificamente na Capela de Vígolo, como paroquiana engajada na vida pastoral e social.
Amábile teve um sonho com Nossa Senhora em três noites consecutivas, nele a Santíssima Virgem pedia: “É meu ardente desejo que comeces uma obra, trabalharás pela salvação de minhas filhas.”

Aos 12 de julho de 1890 com sua amiga, Virginia Rosa Nicolodi, deu início à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, cuidando de Angela Viviani, em fase terminal de câncer, num casebre doado por Beniamino Gallotti. Após a morte da enferma, em 1891, juntou-se a ela mais uma entusiasta de ideal: Teresa Anna Maule.

Na profissão dos votos religiosos Amábile tomou o nome de Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus.

Em 1894 o trio fundacional da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição transferiu-se para a cidade de Nova Trento. Receberam em doação o terreno e a casa de madeira dos generosos benfeitores: João Valle e Francisco Sgrott, hoje um centro de encontros.

Em 1903, Santa Paulina foi eleita, pelas Irmãs, superiora geral, por toda a vida. Nesse mesmo ano, deixou Nova Trento para cuidar dos ex-escravos idosos e crianças órfãs, filhas de ex-escravos e pobres no Ipiranga, em São Paulo - SP. Recebeu apoio do pe. Luiz Maria Rossi e ajuda de benfeitores em especial do conde Dr. José Vicente de Azevedo.

Em 1909, a Congregação cresce nos estados de Santa Catarina e São Paulo. As Irmãs assumem a missão evangelizadora na educação, na catequese, no cuidado às pessoas idosas, doentes e crianças órfãs.

Nesse mesmo ano, Santa Paulina é deposta do cargo de Superiora Geral pela autoridade eclesiástica e enviada para Bragança Paulista, a fim de cuidar doentes e asilados, onde testemunha humildade heroica e amor ao Reino de Deus.

Compreendendo que a obra é de Deus e não sua, ela se submete humildemente e permanece por 09 anos naquela missão.

Em 1918, Santa Paulina é chamada a viver na sede Geral da Congregação, onde testemunha uma vida de santidade e ajuda na elaboração da História da Congregação e no resgate do Carisma fundante. Acompanha e abençoa as Irmãs que partem em missão para novas fundações. Alegra-se com as que são enviadas aos povos indígenas em Mato Grosso, em 1934. Rejubila-se com o Decreto de Louvor dado pelo Papa Pio XI, em 1933, à Congregação.

Internada em 1938, sofreu a amputação do dedo médio, depois da mão e do braço direito. Diante do sofrimento dizia:
“Deus me pediu o meu dedo, agora quer também o braço, mas eu estou disposta a dar-lhe tudo.”

Santa Paulina morre aos 77 anos, na Casa Geral em São Paulo, dia 9 de julho de 1942.


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