Nasceu
em Bilbao, a 25 de Junho de 1884. A sua vida foi a resposta devota e generosa ao
chamado de Deus. Foi batizada com o nome de Pilar. Teve uma irmã gêmea, Leonor,
com quem manteve toda a vida uma relação afetiva e espiritual muito intensa.
Em
1901, seus pais decidiram mandá-la para o colégio interno das Monjas
Mercedárias em Bérriz, pois queriam afastá-la de um noivo que eles não
aceitavam. Depois de passar um ano e meio em Bérriz, regressou à casa paterna.
O noivo voltou a visitá-la, mas tudo havia mudado... Em Bérriz Margarida
descobrira que Deus a chamava para entregar toda sua vida a Jesus e aos demais.
O dom total da sua vida a Deus nasceu de
um amor pessoal, profundo e generoso por Jesus Cristo, por quem se apaixonou e
a quem queria seguir e fazer conhecer. Entrou no Mosteiro de clausura das
Mercês de Bérriz, tomando o nome de Margarita Maria, ali experimentou uma vida
de oração na intimidade com Ele.
Duas
características principais a distinguem: sua oração e sua caridade. Na vida de
oração constante, fiel, em sua intimidade com o Senhor, sua caridade, sua
vocação mercedária de redenção dos cativos se foi ampliando e alcançando novos
e amplos horizontes. Foi aumentando o seu desejo de fazer chegar ao mundo
inteiro a alegria que ela gozava na comunicação com Deus e o amor a Jesus
Cristo que sentia crescer mais e mais em seu interior.
Em
5 de maio de 1912 ela escrevia: “Eu não desejo senão dá-lo a conhecer
aqueles que Ele me encomendou, que é o mundo inteiro”. Desde então seus
desejos de abarcar o mundo inteiro foram dilatando, primeiro na oração e depois
em seu trabalho com as alunas do colégio anexo ao mosteiro.
Pelo
ano de 1920, começou na Espanha um grande movimento missionário. Chegaram a
Bérriz missionários vindos da China e das Ilhas do Pacífico, que traziam os
ares de terras e povos também amados por Deus. Margarida vibrava com tudo isto.
Sentia que Deus a chamava a fazer algo também a partir do seu convento de
clausura.
Naquele
ano, com a aprovação da superiora, iniciou no colégio uma associação
"Juventude Mercedária Missionária de Bérriz", primeira associação do
gênero na Espanha, e através dela formou várias gerações de jovens no espírito
missionário, que como religiosas ou como leigas souberam viver o ideal
missionário aonde Deus as ia chamando. Com as alunas do colégio organizou
rifas, cartas a missões e, em suas orações as necessidades destes povos que
sofrem estavam sempre presentes.
Todo
este movimento do colégio contagiou as monjas e Margarida descobriu, com o
apoio de todas elas, um novo chamado: “Ide por todo o mundo e proclamai a Boa Nova
a toda a criação” (Mc. 15).
O
Espírito Santo inspirava e, impulsionadas por Ele, em maio de 1926 todas as
monjas receberam o crucifixo missionário, preparando assim a primeira expedição
à China. Em 19 de setembro de 1926, o primeiro grupo de missionárias de Bérriz
partiu para a missão de Wuhu (China). Tinha
iniciado o "êxodo" missionário daquelas mulheres contemplativas,
apoiadas e animadas, em todos os momentos, pelo encorajamento de Margarida. As
monjas se dispersaram pelo longínquo Oriente: depois da China, as ilhas da
Oceania e Japão. Eram fundações vinculadas a casa-mãe.
Ela
cuidou com grande dedicação da formação das religiosas do Mosteiro para aquele
novo serviço e para o testemunho missionário, para o qual o Senhor as tinha
chamado. Em pouco tempo o Instituto das Mercedárias Missionárias de Bérriz foi
aprovado e abençoado pela Igreja (Janeiro de 1930).
Na
plenitude dos seus cinquenta anos, após uma dolorosa enfermidade, que, contudo
não a distanciou das suas responsabilidades na guia do novo Instituto e nem da
sua vida de amor e de dedicação missionária, Margarita foi chamada
definitivamente por Deus. Deixou este mundo no dia 23 de Julho de 1934.
Atualmente
o Instituto das Mercedárias Missionárias
de Bérriz está presente em cinco continentes. As suas comunidades
dedicam-se com entusiasmo à tarefa da redenção libertadora dos mais carentes,
desejosas de manter com fidelidade a atitude missionária e profundamente
humanizadora de Margarita. Conservam com afeto a sua herança: ser mulheres
abertas à vida que seguem as pegadas de Jesus e o seu estilo de vida.
Em
22 de outubro de 2006, na Catedral de Santiago de Bilbao, a Irmã que “tinha o coração
voltado para o Céu, o olhar no tempo e os pés no chão” e que havia
ousado tanto sob a ação do Espírito Santo, foi solenemente proclamada Beata.
Nenhum comentário:
Postar um comentário