"Tu, Senhor, és a minha esperança, minha
confiança desde a minha mocidade"(Sl 71, 5). Assim canta a Igreja, sempre
animada pelo sopro do Espírito Santo. Assim repete o Beato Modestino de Jesus e
Maria, hoje, sacerdote da Ordem dos Frades Menores, uma testemunha única para a
misericórdia de Deus e criador de esperança no Sul da Itália, na primeira
metade do século passado.
Para ele, Deus, o Pai teve o prazer de revelar, desde os anos da infância, os mistérios do reino dos céus(cf. Mt 11, 25), fazendo-o descobrir o verdadeiro valor da pessoa, que é implementado na adesão generosa com os pobres crucificados com Cristo e no dom de si aos outros.
Vivendo em uma sociedade marcada pela marginalização e sofrimento moral, Modestino sabia como compartilhar plenamente as expectativas e ansiedades dos fracos, respondendo à necessidade profunda de Deus presente em nossos irmãos sedentos de justiça e de amor. Assim, tornou-se o fermento de renovação e sinal vivo da esperança. Realmente a mão do Senhor estava sobre ele tornando-se, para cada categoria social, ministro da misericórdia e consolação, especialmente através da celebração diligente e paciente do Sacramento da Reconciliação.
Frei Modestino era o autêntico
"irmão universal": todo mundo podia contar com ele, encontrando
escuta, acolhimento, partilha. Este amor levou-o até ao dom de
si mesmo, quando ele não hesitou em expor-se ao perigo de morte para ajudar os
nossos irmãos e irmãs afetadas por uma epidemia de cólera. Ele compartilhou de
fato o destino todo o caminho, ser vítima de caridade."
João Paulo II – Homilia de Beatificação – 29 de
janeiro de 1995
Em Nápoles, cidade da Campanha, o Beato
Modestino de Jesus e de Maria Mazzarella, presbítero da Ordem dos Frades
Menores que, aproximando-se sempre de toda classe de pobres e aflitos, ao
assistir aos moribundos em tempo de cólera, morreu contagiado pela mesma
enfermidade.
Domingos
Mazzarella nasceu em Frattamaggiore, província de Nápoles, no seio de uma
família de humildes artesãos. Aos 16 anos foi acolhido gratuitamente no
seminário de Aversa.
Atraído logo pela
austera vida dos franciscanos do vizinho convento de Grumo Nevano, em 1822
vestiu o hábito de São Francisco no convento de Piedimonte Matese e fez o ano
do noviciado no convento de Santa Lucia del Monte, Nápoles.
Em 1824 emitiu a
profissão religiosa e, depois de um regular curso de estudos filosóficos e
teológico, foi ordenado sacerdote em
1827.
Empenhado
rapidamente no ministério da pregação e na celebração do sacramento da Reconciliação,
Frei Modestino de Jesus e Maria exerceu também, com dedicação exemplar, o
ofício de guardião (superior) nos conventos de Mirabella Eclano (Avellino) e de
Pignataro Maggiore (Caserta).
Em 1839 foi
transferido ao convento de Santa Maria de la Sanitá, Nápoles, situado em um dos
bairros mais populosos da cidade, onde permaneceu até o dia de sua morte,
exercendo um proveitoso e admirável ministério sacerdotal, sobre tudo, em favor
dos mais pobre e enfermos.
Distinguiu-se particularmente por seu zelo na
defesa da vida nascente e na difusão da devoção à Santíssima Virgem sob a
invocação de “Mãe do Bom Conselho”, que levava no coração desde os anos de sua
juventude.
Em 1854, afetado
pela cólera que contraíra enquanto assistia às vítimas dessa epidemia, depois
de haver pedido perdão aos irmãos e invocado com fervor a Mãe do Senhor,
morreu, com grande pesar de seus numerosos beneficiados e de toda Nápoles.
O alcaide da
cidade, o príncipe de San Agaito, ao saber a notícia da morte de Frei
Modestino, exclamou comovido: “Perdemos
o consolo de Nápoles”.
Foi beatificado
por São João Paulo II em janeiro de 1995.
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