(1506 – 1552)
Confiança
em Deus:
- “Deixar de confiar em Deus
seria uma coisa muito mais terrível do que qualquer mal físico” – (Carta sobre
viagem marítima, ameaçada por tempestades e piratas, rumo a China).
– “Tenho sempre na
minha mente e ante os meus olhos algumas palavras que ouvi nosso padre Inácio
repetir, que nós devemos nos esforçar muito para conquistar-nos a nós mesmos, e
tirar de nossos corações qualquer medo ou ansiedade que possa impedir o crescimento
da confiança em Deus.
Há uma grande
diferença, também, entre o homem que confia em Deus quando tem tudo o que
precisa, e aquele que confia em Deus quando nada possui. Também, uma coisa é
confiar em Deus quando a vida está segura, livre de perigos, e outra quando há
perigo iminente de destruição. Penso que aqueles que vivem em perigo contínuo
de morte chegarão a se cansar desta vida e desejar morrer para estarem sempre
com Deus no Céu, porque nossa presente condição mortal é, na verdade, somente
uma morte contínua, um exílio da glória para a qual fomos criados”
– (Carta para jesuítas da Europa).
Como
obter a humildade:
“Em todos os caminhos da
vida procura e deseja ser humilhado e tratado como alguém sem importância
alguma, porque sem a verdadeira humildade nunca conseguirá crescer
espiritualmente ou ajudar o próximo, ser aprovado pelos santos, agradar a Deus
ou perseverar nesta menor Companhia (os Jesuítas), a qual não pode tolerar
homens orgulhosos e arrogantes, apegados às suas próprias opiniões e
dignidade pessoal; pois tais pessoas nunca fazem bem ou ajudam outras pessoas”
– (Carta a um noviço jesuíta).
Uma
advertência:
“Cuidado com as pessoas que
falam para você sobre suas necessidades físicas mais do que sobre suas
necessidades espirituais” – (Carta ao jesuíta Gaspar Berze).
Quando eu chegava a estas
povoações, batizava todas as crianças por batizar. Desta forma, batizei uma
grande multidão de meninos que não sabiam distinguir a mão direita da esquerda.
Ao entrar nos povoados, as crianças não me deixavam rezar o Ofício divino, nem
comer, nem dormir, e só queriam que lhes ensinasse algumas orações. Comecei
então a saber por que é deles o reino dos Céus. Como seria ímpio negar-me a
pedido tão santo, comecei pela confissão do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
pelo Credo, Pai-nosso, Ave-Maria, e assim os fui ensinando. Descobri neles
grande inteligência. Se houvesse quem os instruísse na fé, tenho por certo que
seriam bons cristãos.
Muitos deixam de se fazer
cristãos nestas terras, por não haver quem se ocupe de tão santas obras. Muitas
vezes me vem ao pensamento ir aos colégios da Europa, levantando a voz como
homem que perdeu o juízo e, principalmente, à Universidade de Paris, falando na
Sorbona aos que têm mais letras que vontade para se disporem a frutificar com
elas.
Quantas almas deixam de ir à
glória e vão ao inferno por negligência deles! E, se assim como vão estudando
as letras, estudassem a conta que Deus Nosso Senhor lhes pedirá delas e do
talento que lhes deu, muitos se moveriam a procurar, por meio dos Exercícios
Espirituais, conhecer e sentir dentro de suas almas a vontade divina,
conformando-se mais com ela do que com suas próprias afeições, dizendo: «Senhor,
eis-me aqui; que quereis que eu faça? Mandai-me para onde quiserdes; e se for
preciso, até mesmo para a Índia».
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