Eugenia Ravasco, nasceu
em Milão em janeiro de 1845, terceira dos seis filhos do banqueiro genovês
Francisco Mateus e de Carolina Mozzoni Frosconi.
A família rica e religiosa, lhe
ofereceu um ambiente cheio de afetos, de fé e uma fina educação. Depois da
morte prematura de dois filhinhos e também da perda da jovem mulher, o pai
retornou a Gênova, levando consigo o primogênito Ambrósio e a última filha
Elisa com apenas um ano e meio.
Eugênia ficou em Milão com a
irmãzinha Constância, entregue aos cuidados da tia Marieta Anselmi. No ano de
1852 foi para Gênova onde reencontrou o pai e os dois irmãos. Conheceu o tio
Luís Ravasco que tanto influenciou na sua formação. E também a tia Elisa Parodi
e os seus dez filhos com os quais Eugênia viveu por algum tempo. Após três
anos, em março de 1855, morreu também seu pai. O tio Luís Ravasco, banqueiro e
cristão convicto, assumiu os seus sobrinhos órfãos.
Em 21 de junho de 1855 na Igreja
de Santo Ambrósio em Gênova, com dez anos, recebeu a Primeira Comunhão e a
Crisma. Daquele dia em diante se sente atraída pelo mistério da Presença
Eucarística. Quando passava diante de uma Igreja entrava para adorar o
Santíssimo Sacramento. O culto à
Eucaristia, de fato, é o fundamento da sua espiritualidade, unido ao culto do
Coração de Jesus e de Maria Imaculada. Movida pela grande compaixão que tinha
em sua alma por aqueles que sofrem, desde sua adolescência se doa com amor
generoso aos pobres e aos necessitados, contente de fazer algum sacrifício.
Em dezembro de 1862, morreu o seu tio Luís que para ela, era mais que um
pai. Dele herdou não só a retidão moral, mas também a coerência cristã e a
generosidade para com os pobres.
Em 31 de Maio de 1863, entrou na Igreja de Santa Sabina em Gênova, para
saudar Jesus Eucarístico. Através das palavras do sacerdote, que naquele
momento falava aos fiéis, Eugenia Ravasco, recebe o convite divino a
“consagrar-se a fazer o bem por amor ao Coração de Jesus”. Este foi o evento
que iluminou o seu futuro e lhe transformou a vida. Com a
ajuda do seu diretor espiritual, se coloca inteiramente a disposição de Deus, consagrando sem reservas à glória de Deus
todo o seu ser: a energia da mente e do coração e também o patrimônio herdado
da sua família: “esta riqueza — repetia — não é minha, mas do Senhor, eu sou
somente a administradora”
Suportou com firmeza a reação dos parentes, as críticas e o desprezo dos
senhores, da sua condição social. Começou com coragem a fazer o bem ao redor de
si. Ensinou o Catecismo na Paróquia de Nossa Senhora
do Carmo, colaborou com as Filhas da Imaculada na Obra de Santa Dorotéia, como
assistente das crianças vizinhas. Abriu
a sua casa para dar-lhes instrução religiosa e escola de costura e bordado. Com
as damas de Santa Catarina de Portoria, assistiu aos doentes do Hospital de
Pammatone. Visitou os pobres nas suas casas levando o conforto da sua caridade.
Sentia grande dor, especialmente, ao ver tantas crianças e jovens abandonados a
si mesmos, expostos a todos os perigos e sem conhecimento das coisas de Deus.
Em 6 de Dezembro de 1868, com 23 anos fundou a Congregação Religiosa das
Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria com a missão de fazer o bem à
juventude. Surgiram, assim as Escolas, o
ensino do Catecismo, as Associações e os Oratórios. O projeto educativo de Madre Ravasco era: educar os jovens e formá-los
a uma vida cristã sólida, operosa e aberta para que fossem “honestos cidadãos
em meio a sociedade e santos no céu”, educá-los à transcendência e, ao mesmo
tempo a uma leitura dos fatos numa perspectiva histórico-salvífica
propondo-lhes a santidade como meta de vida.
Em 1878, numa época de grande
hostilidade à Igreja, Eugênia Ravasco atenta às necessidades do seu tempo, abre
uma Escola “Normal” Feminina, com o objetivo de dar às jovens uma orientação
cristã e de preparar professoras cristãs para a sociedade. Por esta obra, que
tanto amava, enfrentou com fortaleza, confiando só em Deus, os ataques maldosos
da imprensa contrária. Rezava: “Coração
de Jesus, concede-me de fazer este bem e — nenhum outro — em toda parte”.
O seu ideal apostólico foi: “Arder de desejo pelo bem dos outros,
especialmente da juventude”, o seu empenho de vida: “Viver abandonada em Deus e
nos braços de Maria Imaculada”.
Consumada em sua saúde, Madre
Eugênia morre em Gênova, com 55 anos, na Casa Mãe do Instituto, na manhã de 30
de Dezembro de 1900. “Deixo-vos todas no Coração de Jesus”, foi sua saudação
final às filhas e às caríssimas jovens.
Em 5 de
Julho de 2002, o Papa João Paulo II firma o Decreto de Aprovação da cura da
menina Eilen Jiménez Cardozo, de Cochabamba na Bolívia, concedido pela
intercessão de Madre Eugênia Ravasco.
O Milagre:
Os primeiros sintomas de uma
doença incurável apareceram em Eilen por volta dos três anos em 1992. Ela
perdeu força e parou de se mover as pernas; caminhar passou a ser impossível.
Um ano depois, ela foi
internada no Hospital Albina Patino e até 1996 foi submetida a uma série de
testes e tratamentos. Um ano antes, ela havia passado um tempo em coma. Foi
hospitalizada 10 vezes por diversas complicações de saúde.
Em fevereiro de 1996, Eilen
e três de seus quatro irmãos entram no Colégio Ravasco. Yolanda Mercado, sua
primeira professora, lembra que sua aparência era chocante, porque com oito
anos aparentava ter oito meses. Ela entrou na sala de aula em um carrinho de
criança; seus novos companheiros de sala a cumprimentaram com aplausos e
lágrimas.
Irmã Dominga Fontana,
delegada da congregação na Bolívia, trouxe o busto de Irmã Ravasco e o colocou perto
da capela, onde os estudantes e religiosos e rezavam pedindo a Deus pela cura
de Eilen.
Desde aquele dia, todos os
dias no início das aulas eles rezavam na capela e diante do busto da Irmã
Ravasco pedindo a cura de Eilen.
A oração mais repetido dizia:
"Pai Eterno, através dos méritos
dos corações doces de Jesus e Maria, pedimos que glorifique na terra sua
humilde serva Eugenia Ravasco, ouça a nossa oração. Por Cristo nosso Senhor.
Amém. "
Em agosto de 1996 sua saúde
piorou e Dr. Silvestre Arce ordenou sua hospitalização. A junta médica
diagnosticou que a menina sofria de grave osteomalacia, raquitismo renal, acidose
tubular renal e paralisia hipocalêmica.
Os raios X tirados em seguida,
mostraram os ossos como vidro, por descalcificação e sinais de múltiplas
fraturas. A "paciente de vidro" deve ser tratada com muito cuidado;
Jaime Fiorilo médico tinha declarado que "devemos usar luvas brancas para
evitar danos".
Em dezembro daquele ano, sua
mãe sonhou que a menina caminhou em direção a ela "em um belo jardim de
flores; como um anjo, porque batia uma espécie de asas." Ela pensou que
iria morrer. Enquanto isso, a comunidade Ravasco continuou com as orações. Acamada,
sem esperança, Eilen lembra que Jesus apareceu para ela em um sonho e chamou o
seu nome no dia 31 de dezembro de 1996. "Você
quer andar?", Perguntou o Redentor sem saber que sua vida nunca mais
será a mesma.
Surpreendida, ela respondeu:
"Sim, eu quero andar e correr como
os outros colegas," e, em seguida, Jesus ordenou: "Levante e vá ao quarto de seu avô".
Naquele dia, "a doença que me prostrou por seis
anos desapareceu por um milagre", recorda com um sorriso que ilumina
seu rosto. Em fevereiro de 1997, ela entrou para a escola a pé, novamente, sob
aplausos.
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