Edith Stein, a caçula de uma
numerosa família hebraica, era de temperamento forte, vivaz e independente, de
uma inteligência muito precoce, que lhe proporcionou o primeiro lugar da classe
durante toda a sua vida escolar. Crescendo numa família praticante da religião
judaica, ela acreditava em Deus e a Ele dirigia suas preces.
Porém, ao atingir a
adolescência, perdeu a fé na existência de Deus, parou de rezar. Ela própria
relatou mais tarde: "Com plena
consciência e por livre decisão, deixei de rezar. Meus anseios de conhecer a
Verdade eram minha única oração."
Edith leu os Exercícios
Espirituais de Santo Inácio de Loyola, por mero interesse acadêmico.
Entretanto, ao perceber a densa espiritualidade contida nessa obra, fez os
trinta dias de meditações, no fim dos quais desejou ardentemente se tornar
católica. Todavia, precisou vencer ainda algumas batalhas interiores antes de
chegar à conversão definitiva.
Esta chegou quando ela tinha
30 anos. Edith foi convidada a passar
algumas semanas na casa de campo de uma amiga. Certo dia, estando só na casa,
apanhou ao acaso um livro na estante. Deus lhe punha nas mãos a "Vida de
Santa Teresa de Ávila, escrita por ela mesma". "Comecei a ler
e fiquei tão arrebatada que não consegui parar até terminá-lo. Quando o fechei,
disse comigo mesma: ‘Esta é a Verdade!'"
Pediu o Batismo, tornou-se Católica e
depois Carmelita. Morreu num campo de concentração nazista e deixa para nós uma
belíssima história de amor a Deus e ao próximo. Participar do sofrimento de
Cristo pela humanidade.
“Durante tempo que precedeu a minha conversão e inclusive um bom tempo
depois, tinha a convicção de que levar uma vida religiosa significava o
abandono de tudo do mundo terrestre, para viver somente no pensamento de coisas
divinas. Progressivamente aprendi a reconhecer que algo mais nos é pedido neste
mundo e que, inclusive na vida contemplativa, a ligação com o mundo não deve
ser rompida.
Creio inclusive que, quanto mais
profunda é a atração que nos conduz a deus, maior é o dever de sair de si
mesmo, neste sentido também, é descer em direção ao mundo e levar ali a vida
divina.”
“Há uma vocação a sofrer com Cristo e
portanto a colaborar em sua obra de redenção. Se estamos unidos ao Senhor, então
somos membros do Corpo Místico de Cristo; Cristo vive em seus membros e sofre
com isso, e todo sofrimento vivido em união com o Senhor é sofrimento que dá
fruto porque toma parte na grande obra da redenção. É uma ideia de fundo da
vida religiosa, e mais ainda da vida carmelita, através de uma livre e alegre
aceitação do sofrimento pelos pecadores e participação na redenção da humanidade."
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