quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Santo Osvaldo de Nortúmbria


Osvaldo nasceu em 604. Era filho do rei pagão Etelfrit, da Nortúmbria, futura Inglaterra, e da princesa Acha. O reino foi invadido em 616, quando seu pai morreu na batalha contra o rei Edin, que usurpou o trono e depois fundou a cidade de Edimburgo.

Acha e seus onze filhos fugiram para a Corte do rei da Escócia, onde todos se converteram. As crianças foram entregues aos cuidados dos beneditinos do Mosteiro de Iona, fundado em 563 por são Columbano, famoso centro de formação e estudos. Lá receberam sólida formação acadêmica e religiosa, no seguimento de Cristo.

Osvaldo destacava-se segundo uma breve descrição de sua aparência: braços longos e grande força, brilhantes olhos azuis, cabelo amarelo, rosto comprido, barba fina, e os seus pequenos lábios sempre sorrindo gentilmente. Era bom e generoso, não distinguindo ricos e pobres. Era um hábil e capacitado estrategista militar, treinado pelo pequeno, mas potente exército do rei da Escócia, que muito o apreciava. Curioso mesmo era o seu animal de estimação: um corvo que lhe obedecia e pousava-lhe na mão.

Quando o rei Edin morreu, em 633, Osvaldo formou seu exército, pequeno e eficaz para recuperar o trono de seu pai, e venceu a famosa batalha de Havenfield, em 634, com o usurpador tombando morto. Osvaldo assumiu o trono como legítimo rei da Nortúmbria. Contam os registros históricos que antes desse combate ele teve uma visão de são Columbano, que o orientou a rezar junto com seus soldados antes de partir para o combate. Ele obedeceu. Mandou erguer uma grande cruz no centro do campo onde estavam, ajoelhou-se diante dela, pedindo aos soldados, quase todos pagãos, que fizessem o mesmo. Assim postado, com fé e humildade, o futuro rei pediu a Deus proteção e liberdade para seu povo oprimido pelos inimigos.

O rei Osvaldo sempre atribuiu essa vitória à intercessão de são Columbano e à proteção de Cristo. Depois de coroado, todo o exército converteu-se. Era um homem de oração, e isso deve ter sido bastante incomum entre os reis de sua época. Ele costumava se levantar muito cedo de manhã para rezar uma hora antes do amanhecer.Mandou chamar os monges escoceses do Mosteiro de Iona para pregarem o Evangelho no seu reino. Ele mesmo traduzia para o povo os sermões, conseguindo muitas conversões. Construiu igrejas, mosteiros, cemitérios, hospitais, asilos e creches, distribuiu riquezas e promoveu prosperidade e caridade ao povo.

Casou-se com a princesa Cineburga, filha do rei pagão de Wessex, hoje também Inglaterra. Em seguida, convenceu o sogro a permitir uma missão evangelizadora de monges escoceses no seu reino, que acabaram convertendo esse rei também. A Igreja deve à fé do rei Osvaldo o grande impulso para a evangelização do povo inglês e o estabelecimento da vida monástica na ilha britânica. O rei da Nortúmbria morreu em combate em 642, defendendo o seu povo de invasores pagãos, no oitavo ano de seu reinado e no auge de sua vida. Suas últimas palavras foram dirigidas a seus soldados, em busca de seu bem espiritual, daí o provérbio: "Deus salve suas almas, como Osvaldo disse a morrer."
 

O Corpo do rei Osvaldo foi cortado em pedaços pelos vencedores e sua cabeça e os braços presos em postes. Uma velha lenda diz que um de seus braços foi levado para uma árvore por seu companheiro constante, um corvo de estimação. Onde o braço caiu um poço sagrado surgiu. Assim, Osvaldo é reverenciado como um mártir cristão e seus membros desmembrados são encontrados em várias coleções de relíquias em mosteiros em todo o país.

Amado e venerado como santo em vida, a fama de sua santidade ganhou destaque junto aos povos de língua inglesa graças à divulgação dos monges beneditinos. Depois, o venerável Beda, monge famoso pela santidade e sabedoria na doutrina, reivindicou o título de mártir a santo Osvaldo da Nortúmbria, por ter morrido em combate contra os pagãos. Sua festa é uma tradição antiga, e a Igreja manteve a celebração no dia 5 de agosto.


O Casamento de Santo Oswaldo

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