João Nepomuceno nasceu na cidade de Nepomuk, em
um dos vales da Boêmia, por volta do ano de 1345. Já no ano de 1370 tinha o
cargo de notário na Cúria Metropolitana. Nove anos depois, foi ordenado
sacerdote e nomeado pároco de São Gall. Não obstante os encargos dessa grave
função, continuou seus estudos de direito eclesiástico na Universidade de
Praga, na qual obteve o bacharelato. Em 1382, o arcebispo o enviou a Pádua,
onde se doutorou em direito canônico, em 1387. Voltando logo em seguida a
Praga, foi nomeado cônego da igreja de São Gil, mas ali permaneceu só dois
anos. Em agosto de 1390, tornou-se cônego honorário da Catedral de São Vito e
vigário geral dessa já então ampla e importante arquidiocese. A partir desse
momento, a Providência o transformou em homem público.
Os sermões pregados por São João Nepomuceno produziram notável mudança nos costumes e assim ele foi chamado a desempenhar o cargo de confessor da Rainha. Para isso concorreram sua já conhecida virtude e a segurança doutrinária por ele tantas vezes demonstrada no púlpito.
Se, no entanto, a piedosa rainha colocava-se docilmente sob a direção espiritual do virtuoso sacerdote, o mesmo não se passava com o rei Venceslau. Além de ser dado a violentos acessos de fúria, foi ele tomado por uma infundada desconfiança em relação à fidelidade de sua esposa. Como nada encontrasse para comprovar essa dúvida, mas seu coração mesquinho continuasse apegado a essa fantasiosa ideia, mandou trazer o confessor à sua presença e exigiu-lhe contar em detalhes o que no confessionário lhe confidenciava a rainha. Espantado pela infundada desconfiança, e muito mais pelo inaudito pedido, João Nepomuceno com firmeza o recusou, afirmando categoricamente o princípio da inviolabilidade do segredo da confissão, o mesmo até hoje mantido pela Igreja:
"O que é dito dentro das santas paredes do confessionário é o mais estrito dos segredos. As palavras pelo penitente declinadas ante o sacerdote, sendo a matéria para a absolvição da alma pecadora, ali mesmo morrem. Disso tudo, somente Deus é testemunha, e o sacerdote que algo disso revelasse a um terceiro cometeria um dos mais abomináveis sacrilégios, contra o qual se levantaria imediatamente terrível excomunhão".
A nada disso, porém, deu ouvidos o rei. Cego de fúria, mandou brutalmente torturar o fiel confessor. Suportando sofrimentos terríveis, João Nepomuceno manteve-se irredutível e isso só aumentou a fúria do cruel soberano. Por fim, vendo que nada conseguiria tirar de um homem tão firme e compenetrado de sua
Os sermões pregados por São João Nepomuceno produziram notável mudança nos costumes e assim ele foi chamado a desempenhar o cargo de confessor da Rainha. Para isso concorreram sua já conhecida virtude e a segurança doutrinária por ele tantas vezes demonstrada no púlpito.
Se, no entanto, a piedosa rainha colocava-se docilmente sob a direção espiritual do virtuoso sacerdote, o mesmo não se passava com o rei Venceslau. Além de ser dado a violentos acessos de fúria, foi ele tomado por uma infundada desconfiança em relação à fidelidade de sua esposa. Como nada encontrasse para comprovar essa dúvida, mas seu coração mesquinho continuasse apegado a essa fantasiosa ideia, mandou trazer o confessor à sua presença e exigiu-lhe contar em detalhes o que no confessionário lhe confidenciava a rainha. Espantado pela infundada desconfiança, e muito mais pelo inaudito pedido, João Nepomuceno com firmeza o recusou, afirmando categoricamente o princípio da inviolabilidade do segredo da confissão, o mesmo até hoje mantido pela Igreja:
"O que é dito dentro das santas paredes do confessionário é o mais estrito dos segredos. As palavras pelo penitente declinadas ante o sacerdote, sendo a matéria para a absolvição da alma pecadora, ali mesmo morrem. Disso tudo, somente Deus é testemunha, e o sacerdote que algo disso revelasse a um terceiro cometeria um dos mais abomináveis sacrilégios, contra o qual se levantaria imediatamente terrível excomunhão".
A nada disso, porém, deu ouvidos o rei. Cego de fúria, mandou brutalmente torturar o fiel confessor. Suportando sofrimentos terríveis, João Nepomuceno manteve-se irredutível e isso só aumentou a fúria do cruel soberano. Por fim, vendo que nada conseguiria tirar de um homem tão firme e compenetrado de sua
fé, mandou os soldados amarrarem-no e
atirarem-no de uma das pontes de Praga.
Assim, o intrépido sacerdote entregou sua alma
a Deus, perecendo afogado nas águas do rio Moldava. Era a noite de 20 de março
de 1393.
No dia seguinte, a população percebeu um
cadáver boiando no rio, circundado por uma luz misteriosa com cinco estrelas.
Ao recolhê-lo, reconheceram que se tratava do capelão João. A cidade toda,
então, ficou sabendo o que acontecera com ele e reconheceu no rei Venceslau o
autor daquela crueldade. Assim, em procissão, o corpo foi levado e enterrado na
igreja da Santa Cruz, onde permanece até hoje.
Em 1729, ele foi canonizado. Hoje são João
Nepomuceno é celebrado como o mártir da confissão e venerado por todos
os habitantes da cidade de Praga.
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