domingo, 15 de março de 2015

Santa Luisa de Marillac

Luisa nasceu em 12 de agosto de 1591, filha de Luis de Marillac. Não conheceu sua mãe. A menina tinha três anos quando seu pai se casou com Antonieta Le Camus, esta não aceitou Luisa, por isso seu pai a mandou para um internato das Religiosas Dominicanas, em Poissy, onde recebeu uma esmerada educação, durante seis anos.
Espírito vivo e penetrante, com grande dedicação para os estudos e as artes. Aprendeu a ler e escrever com esmero a língua materna, história Sagrada, história da vida dos santos, latim, grego, filosofia, teologia, música e pintura. Distinguia-se entre as companheiras pelo seu bom senso, sua piedade e responsabilidade, bem como amor a Deus e a Virgem Maria e ao próximo.

Luisa tinha 13 anos de idade quando seu pai morreu, ficando sob custódia de seu tio Miguel de Marillac. Ela desejava dedicar sua vida à Deus, para cuidar dos pobres e doentes, mas agora com a escassez financeira teria de esperar para atingir esse objetivo. 

Durante dois anos viveu numa casa simples de moças custeando-se com trabalhos feitos em domicílio, especialmente bordados Ela tentou ingressar no mosteiro das capuchinhas das Filhas da Paixão que acabavam de chegar em Paris, mas foi rejeitada pela aparência de saúde débil, imprópria para a vida de mosteiro. Depois disso viu-se constrangida a aceitar um casamento que os tios lhe arranjara. Foi com Antonio de Gràs, que trabalhava como secretário da rainha. Com ele teve um filho, Miguel Antonio. Viveu feliz, pois o marido a respeitava e amava a família. E se orgulhava da esposa que nas horas vagas cuidava dos deveres de piedade, mortificando-se com jejuns freqüentes, visitando os pobres, os hospitais e os asilos confortando a todos com seu socorro. Até que ele próprio foi acometido por grave e longa enfermidade e ela passou a se dedicar primeiro à ele sem abandonar os demais. Mas com isso novamente os problemas financeiros voltaram. 

Nesse período teve dois grandes conselheiros espirituais: Francisco de Sales e Vicente de Paulo, ambos depois declarados Santos pela Igreja. Foi graças à direção deles, que pôde superar e enfrentar os problemas que agitavam o seu cotidiano e a sua alma. Somente sua fé a manteve firme e graças à sua força, suplantou as adversidades, até o marido falecer, em 1625 e Miguel Antonio foi para o seminário. 

O Padre Vicente de Paulo a encarrega de visitar e organizar as confrarias da caridade, fundadas por ele para socorrer os pobres. Luisa aceitou com alegria esta missão, fonte de graça que deu novo rumo em sua vida.
Margarida Naseau, uma jovem camponesa, no desejo sincero de servir os pobres, apresenta-se ao Padre Vicente que a confia a Luisa de Marillac.

Margarida Naseau é considerada a primeira Filha da caridade, “aquela que abriu caminho às outras”. Morreu vitima da peste, sendo contagiada após deitar uma doente em sua própria cama.

Em 1634 Luísa, com ajuda e orientação de Vicente de Paulo, fundou a Congregação das Damas da Caridade, inicialmente com três senhoras da sociedade, mas esse núcleo se tornaria depois uma Congregação de Irmãs. Isso  porque serviço que estas Damas prestavam aos pobres era limitado pelos seus deveres familiares e sociais e pela falta de hábito aos trabalhos humildes e fatigantes.
Era necessário colocar junto delas, pessoas generosas, livres e totalmente consagradas a Deus e aos pobres. Mas na Igreja não existiam porque a vida de consagração para as mulheres estava concebida apenas como vida de clausura.

Então, Vicente e Luísa, em 1642 ousaram e, criam as Irmãs dos Pobres, as Filhas da Caridade, a quem foram confiados os doentes, os enjeitados, os velhos, os mendigos, os soldados feridos e os condenados às prisões.

Nascia um novo tipo de Irmã, com uma missão inédita para aqueles tempos: uma vida consagrada em dispersão pelos caminhos do sofrimento humano, assim estava criada a Congregação das Irmãs Filhas da Caridade, em 1642. Na qual Luísa fez os votos perpétuos, sendo consagrada pelo próprio Vicente de Paulo. A obra, sob a direção dela foi notável.
Quando Paris foi assolada pela guerra e peste, em 1652, as Irmãs chegaram a atender quatorze mil pessoas, de todas as categorias sociais, sendo inclusive as primeiras Irmãs a serem requisitadas para o atendimento dos soldados feridos, nos campos de batalhas. 

Luisa, no relacionamento com as Irmãs, sabia aliar a energia e a bondade de uma mãe com a sabedoria e perspicácia de uma mestra. Tinha por todas as Irmãs, uma grande ternura, paciência, dedicação em orientar, instruir e formar a cada uma. Dando-lhes o exemplo de um profundo amor a Deus e a Santíssima Virgem, dedicação aos pobres, humildade, simplicidade e pobreza.

É impossível avaliar tudo que Luisa e as Irmãs realizaram em favor do próximo. Atendiam nas pequenas escolas criadas por ela própria diante da falta de conhecimento intelectual, devido a discriminação com as mulheres e meninas pobres de seu tempo.Atendiam ainda os doentes, mendigos, feridos de guerra, os presos, desempregados, crianças órfãs, os velhos abandonados, menores delinquentes, loucos moças decaídas que necessitavam de assistência naqueles tempos de guerras e calamidades, no século XVII, na França.

Todas essas atividades foram desgastando-lhe a saúde, agravando a sua fraqueza física; a doença precursora da morte foi minando as últimas energias daquele organismo já debilitado pela idade, pelos sacrifícios e trabalhos.
Luisa reuniu as Irmãs em volta do leito e deu-lhes as últimas recomendações dizendo-lhes:
“Minhas caras Irmãs,... Cuidai muito do serviço dos pobres e, sobretudo vivei juntas em grande união e cordialidade, amando-vos umas as outras para imitar a vida de Nosso Senhor. Peço-vos que ameis a Santíssima Virgem como vossa única Mãe”.

Às seis horas do dia 15 de março de 1660, Luisa morre com 69 anos.
Foi Beatificada pelo Papa Bento XV em 09 de maio de 1920; Canonizada pelo Papa Pio XI, em 11 de março de 1934. E declarada Padroeira de todas as Obras Sociais Cristãs, pelo Papa João XXIII, em 10 de fevereiro de 1960.


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