quarta-feira, 4 de março de 2015

São Casimiro

Casimiro, príncipe da  Polônia e  rei eleito da  Hungria, o terceiro filho do rei Casimiro IV da Polônia e Isabel da Áustria, nasceu em 14 de outubro de  1458. Não só recebeu uma educação primorosa de sua santa mãe, mas teve também excelentes mestres que o introduziram  nas  ciências. 

O maior prazer de Casimiro era rezar e  estudar e  seu lugar predileto era a Igreja.  "Em parte alguma me sinto tão bem - dizia - como nos degraus  do altar. Tendo para escolher entre a casa, o jogo, a dança e outros  divertimentos,  dispenso-os  todos, se  puder ficar na Igreja". 
Assistia  à santa Missa com  um recolhimento admirável.   Tendo mais idade, levantava-se   durante a noite, para fazer uma visita à Igreja;  se a achava  fechada, ficava de joelhos na porta, em profunda  adoração ao Santíssimo Sacramento.   Grande era sua devoção à Sagrada  Paixão e Morte  de  Jesus Cristo. Chorava todas as  vezes  que olhava  para o crucificado.  A Maria Santíssima não chamava de outro nome senão o de  "minha  querida Mãe". 
                                                      
O  hino predileto, que muitas  vezes  recitava era:  "Omni die dic Mariae", pérola  da literatura cristã, uma cópia deste hino  achava-se no túmulo do Santo, quando aberto em 1604. O corpo estava  perfeitamente conservado e o hino encontrou-se  debaixo da  cabeça. 
                                                      
Como o amor  a  Jesus  e Maria ligava  Casimiro uma  grande  caridade aos pobres, o que  lhe valeu o título de  "pai dos pobres".  A algumas pessoas  da corte, que achava  essa  caridade  um tanto exagerada, Casimiro respondeu: "Melhor aplicação da  nobreza um príncipe não pode fazer, senão servindo aos pobres. Quanto a mim,  maior honra não aspiro, que fazer-me servo do mais pobre". 
                                                      
O desprezo que tinha  pelas honras e grandezas do mundo é  bem caracterizada pelo modo como secomportou na campanha contra  Matias, rei da Hungria:

Matias  tinha perdido o trono, e representantes  da nação húngara ofereceram a  Casimiro a  coroa de Santo Estevão. O pai apoiava fortemente  o pedido dos  embaixadores e  determinou ao filho, que contava apenas 13 anos, que com forte armada entrasse  na Hungria, onde  Matias o aguardava  com poderoso exército, esperando a entrada do jovem príncipe.  Nesse meio tempo, como o povo declarou-se novamente  a favor de Matias  para  que retornasse,   o Papa Sixto IV também  manifestou a intenção de vê-lo  de volta ao trono.  Em consideração a estes fatos,  Casimiro retirou-se para o castelo de  Dobzki, onde passou  uns meses  às práticas  da mais austera penitência.  Um segundo convite de  políticos  húngaros não mais  foi tomado em consideração, e o desejo do santo de  alcançar a  coroa  da glória eterna aumentou consideravelmente. 
                                                      
Apesar de  rodeada de todo o conforto, a vida se  São Casimiro foi acompanhada de um espírito de  penitência que não é comum entre os homens. Extremamente rigoroso consigo, Casimiro trazia  sempre um cilício para  castigar o corpo e cada  semana dedicava uns dias ao jejum. Os dias de  jejum e abstinência  por mandamento da Igreja eram observados  com toda a pontualidade, mesmo na doença. Ao sono eram reservadas poucas horas e, embora lhe tivesse  à disposição  um leito que em comodidade nada deixava a desejar, Casimiro escolhia de  preferência o chão para o repouso do corpo. 
                                                      
A prática de  todas estas virtudes mereceram ao  príncipe a fama de grande Santo. Entre as  virtudes  que lhe adornavam o coração, foi a  da  santa pureza que Casimiro exercia com especial  esmero, e à qual se  obrigou   por um voto.
É  admirável que o jovem príncipe pudesse chegar a um grau tão elevado, principalmente nesta virtude, quando se via, dia por dia, rodeado de perigos e seduções. 
A chave  deste segredo   estava na recepção dos Sacramentos, na devoção à Santíssima Virgem, na mortificação constante do corpo e na fuga das más ocasiões.
Em sua presença ninguém ousava proferir palavra que ofendesse a moral.

Quando contava  24 anos, apresentou os sintomas da tuberculose. Os médicos vendo  já esgotados todos os recursos  da ciência, deram ao príncipe,  como última  esperança de salvar a  vida, o conselho de  se casar. Casimiro, mal tinha ouvido esta proposta, declarou: "Antes prefiro morrer;  e se tivesse de perder mil vidas, todas perderia, para guardar a  castidade  virginal". Por um favor especial de  Deus,  Casimiro soube o dia de sua morte, para ela  se preparou com muito  fervor. As últimas  palavras que disse, foram, depois de ter beijado o Crucifixo: "Em vossas  mãos, ó Jesus,  entrego o meu espírito". 
                                                      

Casimiro  morreu  em 1484, sendo sua  festa celebrada no dia 04 de março.  São Casimiro goza de  grande veneração na Polônia.

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