Matilde era filha de nobres
saxões. Nasceu em Westfalia, por volta do ano 895 e foi educada pela avó,
também Matilde, abadessa de um convento de beneditinas em Herford. Por isso,
aprendeu a ler, a escrever e estudou teologia e filosofia, fato pouco comum para
as nobres da época, inclusive gostava de assuntos políticos.
Constatamos nos registros da
época que associada à brilhante inteligência estava uma impressionante beleza
física e de alma. Casou-se aos catorze anos com Henrique, duque da Saxônia, que
em pouco tempo se tornou Henrique I, rei da Alemanha, com o qual viveu um
matrimônio feliz por vinte anos.
Foi
um reinado justo e feliz também para o povo. Segundo os relatos, muito dessa
justiça recheada de bondade se deveu à rainha que, desde o início, mostrou-se
extremamente generosa com os súditos pobres e doentes. Enquanto ela assistia à
população e erguia conventos, escolas e hospitais, o rei tornava a Alemanha
líder da Europa, salvando-a da invasão dos húngaros, regularizando a situação
de seu país com a Itália e a França e exercendo ainda domínio sobre os eslavos
e dinamarqueses.
Havia paz em sua nação,
graças à rainha, e por isso, ele podia se dedicar aos problemas externos,
fortalecendo cada vez mais o seu reinado.
Matilde visitava incógnita,
as casas mais pobres, munida da bolsa de dinheiro para aliviar os sofrimentos
dos mais necessitados.
Mas
essa bonança chegou ao fim. Henrique I faleceu e começou o sofrimento de
Matilde. Antes de morrer, o rei indicou para o trono seu primogênito Oton, mas
seu irmão Henrique queria o trono para si. As forças aliadas de cada um dos
príncipes entraram em guerra, para desgosto de sua mãe.
O exército do príncipe
Henrique foi derrotado e Oton foi coroado rei assumindo o trono. Em seguida, os
filhos se voltaram contra a mãe, alegando que ela esbanjava os bens da coroa,
com a Igreja e os pobres. Tiraram toda sua fortuna e ordenaram que deixasse a
corte, exilando-a.
Matilde,
triste, infeliz e sofrendo muito, retirou-se para o convento de Engerm.
Contudo, muitos anos mais
tarde, Oton e Henrique se arrependeram do gesto terrível de ingratidão e
devolveram à mãe tudo o que lhe pertencia. De posse dos seus bens, Matilde
distribuiu tudo o que tinha para os pobres.
Preferindo
continuar sua vida como religiosa permaneceu no convento onde, depois de muitas
penitências e orações, desenvolveu o dom das profecias. Matilde faleceu em 968,
sendo sepultada ao lado do marido, no convento de Quedlinburgo.
Logo foi venerada como Santa
pelo povo que propagou rapidamente a fama de sua santidade por todo mundo
católico do Ocidente ao Oriente. Especialmente na Alemanha, Itália e Mônaco
ainda hoje sua festa, autorizada pela Igreja, é largamente celebrada no dia 14
de março.
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