Natural de Monteprandone, na
província de Ascoli Piceni, região das Marcas, na Itália, São Tiago nasceu no
dia 1º de setembro de 1391. Seu nome de batismo era Domingos Gangali. Era ainda
muito jovem quando perdeu o pai. Já aos sete anos era pastor, apascentava
ovelhas. Apavorado pela obstinada presença de um estranho lobo, que mais tarde
ele chamará de “Anjo de Deus e não lobo como parecia”, abandonando o rebanho
fugiu para Offida e foi morar com um padre, parente seu.
Como na escola aprendia com facilidade, os irmãos deixaram-no estudar.
Prosseguiu os estudos de direito civil em Perúgia. Tornou-se tabelião.
Estabeleceu-se depois em Florença. Voltando a Marca, para resolver negócios
familiares, parou em Assis, e aí após uma conversa com o prior de Santa Maria
dos Anjos, decidiu entrar na família franciscana.
Na Ordem dos Franciscanos estudou teologia e ordenou-se sacerdote. Quando vestiu o hábito, tomou o nome de Tiago, que logo foi completado com o "das Marcas", em razão de sua origem. Foi discípulo de outro santo e seu contemporâneo da Ordem, Bernardino de Sena, que se destacava como o maior pregador daquela época, tal qual conhecemos.
Também Tiago das Marcas consagrou toda a sua vida à pregação. Percorreu toda a Itália, a Polônia, a Boêmia, a Bósnia e depois foi para a Hungria, obedecendo a uma ordem direta de Roma. Permanecia num lugar apenas o tempo suficiente para construir um mosteiro novo ou, num já existente, restabelecer a observância genuína da Regra da Ordem Franciscana.
Depois, partia em busca de novo desafio ou para cumprir uma das delicadas missões em favor da Igreja, para as quais era enviado especialmente, como fizeram os papas Eugênio IV, Nicolau V e Calisto III. Participou na incursão da cruzada de 1437 para expulsar os invasores turcos muçulmanos. Humilde e reto nos princípios de Cristo, nunca almejou galgar postos na Igreja, chegando a recusar o cargo de bispo de Milão.
Viveu em extrema penitência e oração, oferecendo seu sacrifício a Deus para o bem da humanidade sempre tão necessitada de misericórdia. Mas os severos e freqüentes jejuns a que se submetia minaram seu organismo, chegando a receber o sacramento da unção dos enfermos seis vezes. Mesmo assim, chegou à idade de oitenta anos.
Faleceu em Nápoles, pedindo perdão aos irmãos franciscanos pelo mau exemplo que foi a sua vida. Era o dia 28 de novembro de 1476. Seu corpo foi sepultado na igreja de Santa Maria Nova, daquela cidade. A sua biografia mostra muitos relatos dos prodígios operados por sua intercessão, tanto em vida quanto após a morte. O papa Bento XIII canonizou Tiago das Marcas em 1726 e marcou o dia de sua morte para a celebração de sua lembrança.
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