domingo, 23 de novembro de 2014

Padre Pró se disfarça para evangelizar

Constantemente abordado por policiais – Pro foi detido e preso duas vezes antes de ser sentenciado à morte – foi somente graças a uma coragem incomum, aliada a uma enorme presença de espírito, que Pro conseguiu levar a cabo seu apostolado na clandestinidade com tamanhos resultados. As peripécias do padre, muitas dignas de filmes policiais, levaram a considerá-lo o mais simpático dos mártires modernos.

Uma vez, ao aproximar-se de um determinado local, percebeu que estava cercado por policiais. Evitando demonstrar medo ao retirar-se dele, e procurando não expor ninguém ao perigo, fez ao longe movimento como de quem apresenta um distintivo, e informou: “Há um padre escondido ai dentro!”. Pensando que se tratava de um agente à paisana, os detetives deixaram-no passar. Uma vez dentro, cumpriu seus deveres sacerdotais, e saiu saudando a sentinela.

Noutra ocasião, sabia que dois agentes o vigiavam. Ao deparar-se com uma senhora católica que conhecia da Missa, aproximou-se dela e ordenou que agisse com se fora sua noiva. Tomou-lhe o braço (ele vestia-se como civil) e assim logrou escapar dos agentes.

Um dia, enquanto seguia viagem em um táxi, deu-se conta de que a polícia lhe seguia em outro automóvel. Ordenou ao chofer: “Siga viagem sem deter-se, que vou lançar-me na rua”. Abriu a porta do táxi, e assim fez. Quando a polícia percebeu, Pro já estava longe.

Fotografias do período mostram-no em vários disfarces. Organizou retiros para diversos grupos [...] Com os trabalhadores, usava suspensórios e capacete; ele parecia um motorista em uma reunião de motoristas, um mecânico entre mecânicos. Por meio de vários subterfúgios conseguia ouvir confissões mesmo nas cadeias. Ele aconselhava os que se preparavam para ser oradores públicos em defesa da Igreja sobre como moldar a opinião pública”.

Estava o Padre Pro em um grande edifício, presidindo uma reunião com os moços da Ação Católica,  quando subitamente a polícia surgiu rodeando o edifício. O Padre teve de esconder-se num armário. Momentos depois, entrou no salão o Coronel portanto duas pistolas: “Onde está o Padre Pro?“. Os moços disseram que não sabiam. “Têm um minuto para dizer-me onde está este Padre, ou matarei a todos!”. Nesse instante, sentiu o coronel um cano frio de arma tocar-lhe a nuca. Era o Padre Pro que havia saído do armário. “Solte essas pistolas ou morre!”. 
O coronel deixou cair as armas no chão, e estas foram recolhidas pelos moços. “Agora fujam vocês!”, gritou Pro aos moços, que saíram rapidamente buscando esconderijo. Logo disse o padre em tom picaresco: “Agora vire-se, Senhor Coronel, vire-se para ver com que coisa o desarmei”. O coronel deu meia volta e, para sua humilhação, viu que o padre lhe apontava a ponta de uma garrafa vazia. Com uma simples garrafa, desarmara o coronel em fúria com duas pistolas carregadas!


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