Constantemente
abordado por policiais – Pro foi detido e preso duas vezes antes de ser
sentenciado à morte – foi somente graças a uma coragem incomum, aliada a uma
enorme presença de espírito, que Pro conseguiu levar a cabo seu apostolado na
clandestinidade com tamanhos resultados. As peripécias do padre, muitas dignas
de filmes policiais, levaram a considerá-lo o mais simpático dos mártires
modernos.
Uma vez, ao
aproximar-se de um determinado local, percebeu que estava cercado por
policiais. Evitando demonstrar medo ao retirar-se dele, e procurando não expor
ninguém ao perigo, fez ao longe movimento como de quem apresenta um distintivo,
e informou: “Há um padre escondido ai dentro!”. Pensando que se tratava de um
agente à paisana, os detetives deixaram-no passar. Uma vez dentro, cumpriu seus
deveres sacerdotais, e saiu saudando a sentinela.
Noutra ocasião, sabia
que dois agentes o vigiavam. Ao deparar-se com uma senhora católica que
conhecia da Missa, aproximou-se dela e ordenou que agisse com se fora sua noiva.
Tomou-lhe o braço (ele vestia-se como civil) e assim logrou escapar dos
agentes.
Um dia, enquanto
seguia viagem em um táxi, deu-se conta de que a polícia lhe seguia em outro
automóvel. Ordenou ao chofer: “Siga viagem sem deter-se, que vou lançar-me na
rua”. Abriu a porta do táxi, e assim fez. Quando a polícia percebeu, Pro já
estava longe.
Fotografias do
período mostram-no em vários disfarces. Organizou retiros para diversos grupos
[...] Com os trabalhadores, usava suspensórios e capacete; ele parecia um
motorista em uma reunião de motoristas, um mecânico entre mecânicos. Por meio
de vários subterfúgios conseguia ouvir confissões mesmo nas cadeias. Ele
aconselhava os que se preparavam para ser oradores públicos em defesa da Igreja
sobre como moldar a opinião pública”.
Estava o Padre Pro em
um grande edifício, presidindo uma reunião com os moços da Ação Católica,
quando subitamente a polícia surgiu rodeando o edifício. O Padre teve de
esconder-se num armário. Momentos depois, entrou no salão o Coronel portanto
duas pistolas: “Onde está o Padre Pro?“. Os moços disseram que não sabiam. “Têm
um minuto para dizer-me onde está este Padre, ou matarei a todos!”. Nesse
instante, sentiu o coronel um cano frio de arma tocar-lhe a nuca. Era o Padre
Pro que havia saído do armário. “Solte essas pistolas ou morre!”.
O coronel
deixou cair as armas no chão, e estas foram recolhidas pelos moços. “Agora
fujam vocês!”, gritou Pro aos moços, que saíram rapidamente buscando
esconderijo. Logo disse o padre em tom picaresco: “Agora vire-se, Senhor
Coronel, vire-se para ver com que coisa o desarmei”. O coronel deu meia volta
e, para sua humilhação, viu que o padre lhe apontava a ponta de uma garrafa
vazia. Com uma simples garrafa, desarmara o coronel em fúria com duas pistolas
carregadas!
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