Dela conta-se
que certa vez, quando levava pães para os pobres nas dobras de seu manto,
encontrou-se com seu marido, que voltava da caça. Luis estranhou a conduta da
esposa, que parecia esconder algo, talvez insuflado pela astúcia de seu irmão
Henrique ou da própria mãe, Sofia. O diálogo entre os dois ficou famoso nos
anais das lendas de santos.
"O que tu levas no avental Isabel?"
Ao
que a jovem princesa respondeu, trêmula:
"São rosas,meu senhor!"
Espantado por vê-la curvada ao peso de sua carga, ele abriu o manto que ela
apertava contra o corpo e nada mais achou do que belas rosas frescas e
orvalhadas, embora fosse inverno e não fosse época de flores. Note-se que da sua
sobrinha, Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal, se conta
uma lenda muito idêntica, o Milagre das Rosas.
Em
outra situação, avisado pelos nobres da corte de que a esposa havia acolhido um
leproso sobre o próprio leito, Luis correu para lá enojado, achando que a
esposa havia enlouquecido, mas os olhos de sua alma se abriram e ele contemplou
uma imagem de Cristo Crucificado.
De
uma outra feita, sabendo que chegariam alguns nobres da Hungria, enviados pelo
Rei André para visitarem-nos, Luis mandou preparar uma grande festa para
recepcioná-los. Isabel havia passado o dia inteiro cuidando dos pobres e não
estava vestida decentemente, o que foi o bastante para receber as críticas
daqueles que a perseguiam. Luis, preocupado em proteger a esposa daqueles que
a perseguiam, pediu que ela se preparasse convenientemente para o banquete
segundo a sua condição de rainha, ainda mais diante dos emissários de seu pai.
Contudo, Isabel prometeu ao marido que se apresentaria em todo o esplendor de
sua humildade. E qual não foi a surpresa e o deslumbramento de todos quando ela
se apresentou na sala do trono diante do marido, da corte e dos visitantes bela
e esplendorosa num vestido de brocados, trajando um suntuoso manto de veludo
orlado de ouro e pérolas. Assim Deus vestira a sua serva diante a solicitação
do fiel Luis.
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