sexta-feira, 10 de julho de 2020

10 de julho - Beato Emanuel Riz e companheiros

No dia 10 de julho de 1860, um grupo de 11 franciscanos foi morto pelos muçulmanos em Damasco. Todos mortos por ódio à fé. Desse grupo, seis eram Franciscanos Menores, dois eram irmãos de votos professos, também franciscanos e três eram leigos, irmãos de sangue maronitas.

Ficaram conhecidos como os “bem-aventurados mártires de Damasco”. Desde a época se São Francisco, os franciscanos se esforçavam e levar a presença do cristianismo no mundo islâmico: como tantos outros, também este grupo pagou com seu sangue o testemunho de Cristo vítima sacrifical em meio aos homens. Quase todos esses mártires eram de nacionalidade espanhola e se encontravam no convento de Damasco, na Síria vivendo a vida em comum e exercendo seu apostolado junto à população local.

Na noite entre 9 e 10 de julho de 1860, o convento foi atacado pelos drusos, uma seita religiosa de origem muçulmana xiita; um grupo fanático que acreditava ser seu dever eliminar a presença de cristãos na região, os membros desta seita que eclodiu nos anos de 1845 a 1846 viajavam pelas cidades fazendo massacres de cristãos.

Os oito franciscanos se refugiaram dentro dos sólidos muros do convento, com eles três irmãos cristãos maronitas; e embora as paredes do convento representassem uma segurança para o grupo, infelizmente houve uma traição por parte de alguém que trabalhava para o convento: uma porta foi aberta pelo lado de dentro e os assassinos puderam entrar para os massacrar, com a ferocidade que distingue os fundamentalistas islâmicos e que em tantos séculos ganhou milhares e milhares de vítimas no mundo cristão.

Ab-el-Kader, muçulmano e admirador da obra dos franciscanos, tentou intervir em favor deles, porém acabou não sendo atendido

Os mártires foram:

Padre franciscano Emanuel Ruiz, nascido em Santander (Espanha) no dia 5 de maio de 1804 – Superior da comunidade Carmelo Volta, nascido em Valência no dia 29 de maio de 1803, antes de falecer fez a seguinte profissão de fé: "Nós não temos senão uma alma. Perdida esta, tudo está perdido. Somos cristãos e queremos morrer cristãos". Era conhecido como “Frei Paciência”. O trabalho que faziam chamavam a atenção dos muitos muçulmanos que lá viviam quanto à prosperidade.

Padre franciscano Engelbert Kolland, nascido em Salisburg (Áustria) em 21 de setembro de 1827;

Padre franciscano Ascânio Nicanor, nascido em Madrid em 1814, quando os muçulmanos o prenderam, eles propuseram converter-se ao islã, mas ele intrépido respondeu: "Eu sou cristão! Mate-me!".

Padre franciscano Pedro Soler, nascido em Múrcia no dia 28 de abril de 1827. Em Damasco, na noite da traição, ele foi visto, de um terraço adjacente ao convento, atravessando o pátio com dois meninos e os escondendo dentro da escola paroquial. Ele foi perseguido, mas, com a sugestão de se tornar um maometano, ele respondeu: "Nunca cometerei tal impiedade."

Padre franciscano Nicolau Alberga, nascido em Córdova aos 10 de setembro de 1830, é o mártir mais jovem do grupo. Seus pais, dos dez filhos que tiveram, consagraram seis a Deus e, ainda muito jovem ele ingressou na Congregação para a Hospitalidade de Jesus de Nazaré, estabelecida em Córdova. Estando em Madri, ele expressou repetidamente seu desejo de se sentir como um mártir. Àqueles que lhe disseram que isso não poderia se tornar realidade, uma vez que não havia perseguição à vista, ele respondeu: "Também não vejo como isso pode acontecer: no entanto, acredito firmemente que meu desejo será realizado".

Professo franciscano Francisco Piñazo, nascido em Valência aos 24 de agosto de 1802;

Professo franciscano João Tiago Fernandez, de Galiza, nascido aos 29 de julho de 1808.

Por fim, também três leigos, irmãos de sangue, maronitas: Francisco, Abd-el-Mooti e Rafael

Massabki:

Francisco, o irmão mais velho, era um negociante de seda muito rico. Não obstante, observava os preceitos religiosos com exatidão, fazendo-os também observar pelos familiares. Um dia foi muito duro com uma filha que havia violado o jejum quaresmal. Iniciava sua jornada diária assistindo à celebração da Missa e a terminava com a função litúrgica vespertina e, em vista disso, antecipava o fim do dia de negócios.

Abd-el-Mooti, por sua vez, havia se retirado dos trabalhos de comerciante, temendo não poder ter sempre a consciência tranquila, e dedicou-se ao ensino na escola dos Franciscanos.

Também, em cada manhã, assistia à Missa com a filha, fosse qual fosse o tempo, mesmo com neve. Prevendo seu fim, naquele dia despediu-se de seus alunos, exortando-os a não temer o martírio, considerando-o uma graça divina.

Rafael era celibatário e amava a solidão contemplativa, entre sua casa e a igreja vizinha. Transcorria muitas horas, todos os dias, em oração e em meditação. Ajudava a seu irmão Francisco nos negócios e era o sacristão da vizinha igreja dos franciscanos.

Quando, em 17 de dezembro de 1885 foi iniciado o processo para a beatificação dos mártires franciscanos de Damasco, os três irmãos Massabki, se bem que pereceram no mesmo dia, lugar, motivo e circunstâncias, foram esquecidos.

Porém, quando na primavera de 1926 a causa estando já concluída, fixando-se a data da solene beatificação para o dia 10 de outubro, o episcopado maronita, que, como é conhecido, está unido à Igreja de Roma, com o arcebispo de Damasco à frente, apresentou ao Papa Pio XI uma urgente instância, a fim de que os três irmãos Massabki, maronitas, mortos também eles no assassinato perpetrado pelos drusos muçulmanos, fossem agregados à glória dos padres franciscanos, como o foram na vida e no martírio.

O Papa Pio XI com um gesto que permanece único na história da Congregação dos Ritos, reconhecendo legítima a apresentação e a investigação, dispôs um processo sumário sobre a vida e sobre a morte de Francisco, Abdel-Mooti e de Rafael Massabki. Encarregou, para isto, o Mons. C. Salotti, promotor da Fé, e Frei Santarelli, Postulador dos Frades Menores, que viajaram à Síria e ao Líbano para as indagações, recolhendo os devidos e genuínos testemunhos, compreendido entre esses aquele do pároco maronita, Moussa Karam, seu contemporâneo que escapou milagrosamente da matança.

Em 07 de outubro, o Papa Pio XI, tendo em vista as provas recolhidas e concedendo a dispensa dos milagres prescritos, firmou o decreto para sua beatificação, que como já se havia dito, teve lugar em 10 de outubro sucessivo, junto com os oito frades franciscanos.

 


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