Tenho
o prazer de recordar que ontem foi proclamado em Vercelli, Beata a Irmã Alfonsa
Clerici, da Congregação do Precioso Sangue, em Monza, que nasceu em Lainate,
perto de Milão, em 1860, e morreu em Vercelli em 1930. Agradecemos a Deus por
essa irmã nossa, que ele conduziu à caridade perfeita.
Papa
Bento XVI – 24 de outubro de 2010
O
compromisso da irmã Alfonsa Clerici com seus alunos ia além de uma “assistência
piedosa”. O amor e a entrega a cada um deles se traduz em “propostas e iniciativas
de todo tipo, no plano religioso, espiritual e cultural, para sua autêntica e
mais completa promoção humana e cristã”. Assim testemunhou uma de suas alunas
durante o processo de beatificação.
Alfonsa nasceu em Linate, a 14 de fevereiro
de 1860. Aos 15 anos, entrou no colégio das Irmãs do Preciosíssimo Sangue, em
Monza. Em 1879, obteve o diploma superior e começou a lecionar na escola
pública de Linate.
Aos 23 anos, ingressou na comunidade do
colégio onde estudou: “Eu tenho a honra de levar o nome de Irmã do
Preciosíssimo Sangue”, escreveu a religiosa quando emitiu seus votos
temporários.
A congregação a que pertenceu a irmã Alfonsa
tem o carisma da vida comunitária intensa, assim como da educação, na qual
ressalta a seus alunos a dignidade como filhos de Deus. Também se dedicam à
assistência aos enfermos e à promoção da mulher. Atualmente se encontram na
Itália, Brasil, Quênia, Timor Leste e Mianmar.
Após emitir seus votos, irmã Alfonsa lecionou
no colégio onde estudou. Ali também foi diretora, de 1898 a 1907. O principal
desafio que enfrentou foi a solução de uma grande crise econômica que seu
instituto sofreu.
A irmã Alfonsa foi chamada em 1911 para
dirigir o colégio Retiro da Providência, localizado em Vercelli.
Tratava-se de um instituto de acolhimento de pessoas órfãs que viviam em
situação familiar difícil.
Sua santidade foi se consolidando em pequenas
ações de caridade que tinha com seus alunos e com as pessoas mais necessitadas
que chegavam a este instituto.
“Muitos pobres e aflitos iam diariamente ao
Instituto para obter um pedaço de pão ou uma vestimenta e, sobretudo, um pouco
de amor, que a irmã Alfonsa sabia dar com alegria. Ninguém ficou desapontado,
todos receberam algo dela, seja material ou espiritual”.
Irmã Santina conta que um dia, durante a
Primeira Guerra Mundial, um soldado foi lhe pedir dinheiro. Irmã Alfonsa só
tinha a quantia exata para comprar uma lâmpada para o Santíssimo. Ela lhe disse
que não podia ajudar economicamente, mas, à noite, não conseguiu dormir e
decidiu dar esse dinheiro ao soldado. No dia seguinte, uma condessa foi
visita-lá e lhe dar uma oferenda.
Em janeiro de 1930, Irmã Alfonsa sofreu uma
forte hemorragia cerebral enquanto orava com sua habitual posição com a cabeça
no solo. Assim foi encontrada. Morreu no dia seguinte.
"Jesus, basta-me tua pequena Hóstia para toda a
eternidade. Se me fosse concedido ver Tua grandeza e bondade sob forma visível,
eu não seria capaz de o suportar".
"Ó
minha pequena Hóstia, Tu és maior que o universo inteiro, mas poderosa que os
elementos do céu e da terra. És Homem-Deus e em Ti se encontram todos os
atributos divinos. Ó Santa Hóstia, Tu és minha e eu sou toda Tua. Anseio tanto
o momento em que sairás do Tabernáculo para vir em meu coração."
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