Muitos
não se cansam de dizer: «Se nós tivéssemos vivido na época dos apóstolos e se
tivéssemos sido considerados dignos de ver Cristo como eles, também nos
teríamos tornado santos como eles». Ignoram que Ele é o mesmo, Aquele que fala,
agora como nesse tempo, em todo o universo. […] A situação atual não é
certamente a mesma que se vivia então, mas é a situação de hoje, de agora, que
é muito mais feliz. Ela conduz-nos mais facilmente a uma fé e convicção mais
profundas do que o fato de O ter visto e ouvido fisicamente.
Naquela época, com efeito, era um homem que
aparecia àqueles que não tinham inteligência, um homem de condição humilde; mas
atualmente é um Deus que nos é pregado, um Deus verdadeiro. Naquele tempo, Ele
frequentava fisicamente os publicanos e os pecadores e comia com eles; mas
agora está sentado à direita de Deus Pai, nunca tendo estado separado d’Ele de
maneira nenhuma. […] Na altura, até as pessoas sem valor o desprezavam dizendo:
«Não é o filho de Maria e de José, o
carpinteiro?» (Mc 6, 3; Jo 6, 42)
Mas
agora os reis e os príncipes adoram-n’O como Filho do verdadeiro Deus e o
próprio Deus verdadeiro. […] Então, era tido por um homem perecível e mortal
entre todos os outros. Ele que é Deus sem forma e invisível recebeu, sem
alteração nem mudança, uma forma num corpo humano; mostrou-Se totalmente homem,
sem oferecer ao olhar nada mais do que os outros homens. Comeu, bebeu, dormiu,
transpirou e cansou-Se; fez tudo o que os homens fazem, exceto o pecado.
Não era fácil reconhecer e crer que um homem
daqueles era Deus, Aquele que fez o céu, a terra, e tudo o que eles contêm. […]
Deste modo, quem hoje escuta diariamente Jesus proclamar e anunciar através dos
santos Evangelhos a vontade do Seu Pai abençoado sem Lhe obedecer com temor e
estremecimento e sem cumprir os mandamentos também não teria aceitado acreditar
n’Ele naquela época.
São Simeão, o Novo Teólogo – Século X
Hoje celebramos:
São João Nepomuceno Neumann |
São Carlos de Santo André Houben |
Nenhum comentário:
Postar um comentário