Segundo uma antiga tradição, o quadro de
Nossa Senhora Consolata foi trazido da Palestina na metade do século V por
Santo Eusébio, que o doou a São Máximo, Bispo de Turim. Este, no ano 440, o
expôs à veneração num altarzinho da igreja do Apóstolo Santo André na cidade de
Turim.
Maria
começou a distribuir muitas graças e o povo começou a invocá-la com os títulos
de “Mãe das Consolações”, “Consoladora dos Aflitos”, e “Consolata” (forma
popular de “Consoladora”).
O quadro de Nossa Senhora permaneceu exposto
à veneração dos fiéis durante quatro séculos. Porém, por volta do ano 820
penetrou na cidade de Turim a heresia dos iconoclastas (pessoas que destruíam
toda e qualquer imagem exposta ao culto). Temendo que o quadro da Consolata
fosse destruído, os religiosos resolveram escondê-lo nos subterrâneos da
igreja. A perseguição se prolongou por longos anos e as pessoas que o haviam
escondido morreram sem revelar o lugar do esconderijo. O quadro ficou desaparecido
pelo espaço de um século. Isto fez com que os fiéis deixassem de frequentar o
oratório e perdessem a lembrança da Virgem.
No ano 1014, Nossa Senhora apareceu a
Arduíno, Marquês de Ivréia, gravemente enfermo, e pediu-lhe que construísse
três capelas em sua honra, sendo uma em Turim, junto às ruínas da antiga igreja
de Santo André. Curado, o Marquês logo mandou construir as três capelas.
Ao
fazerem as escavações para os alicerces da capela de Turim, os operários
encontraram no meio dos escombros o quadro da Consolata, ainda intacto, apesar
de ser uma pintura em tela.
O
fato encheu de alegria a população da cidade e a devoção renasceu mais forte
que antes. Porém, numerosas guerras, epidemias e invasões fizeram com que
muitos habitantes abandonassem a cidade. A igreja de Santo André e a capela de
Nossa Senhora foram desmoronando e tudo acabou novamente num monte de
escombros. E o quadro da Consolata, mais uma vez, ficou mergulhado nas ruínas
pelo espaço de 80 anos.
Em 1104, um cego de Briançon (pequena cidade
da França), chamado João Ravache, teve uma visão de Nossa Senhora: a Virgem
prometeu devolver-lhe a luz dos olhos se fosse a Turim visitar sua capela que
jazia em ruínas. Lutando contra muitas dificuldades o cego partiu e, ao chegar,
o Bispo Mainardo o acolheu. Ciente de que se tratava de um fato real, mandou
fazer as escavações no local mencionado durante a visão. No dia 20 de junho de
1104, o quadro da Consolata foi reencontrado sob as ruínas, ainda intacto. João,
conduzido à presença do quadro, recuperou instantaneamente a vista. O Bispo,
comovido, ergueu repetidas vezes esta invocação a Nossa Senhora: “Rogai por
nós, Virgem Consoladora!” E o povo respondeu: “Intercedei pelo vosso povo!”
Assim, o dia 20 de junho tornou-se o dia da Consolata.
Depois de 15 séculos, no local do primeiro
oratório, surgiu o devoto santuário da Consolata, que se tornou o coração
mariano de todo o norte da Itália. Foi junto àquele santuário que o Bem-aventurado
José Allamano fundou o Instituto dos Missionários e das Missionárias.
Atualmente, a devoção à Consolata é conhecida em muitos países de vários
continentes. No Brasil surgiu em 1937, com a chegada dos primeiros
missionários.
Oração
Oprimido pelas tribulações, e reconhecendo
minhas falhas e negligências, a vós recorro, Virgem Maria. Vós sois no céu li
Rainha dos Anjos e dos Santos, mas aqui na terra quereis se a Mãe das
Consolações. Vós sois a Consolata e eu vosso filho. Quero ser semelhante a vós,
quero ser consolado. Não peço honras, prazeres ou riquezas, só vos peço
consolação.
Mãe dulcíssima, vós sabeis o modo; conheceis
o caminho para ouvir-me, por isso confio plenamente em vós! Dizei uma palavra a
Jesus que, com tanto amor e carinho, trazeis em vossos braços, e provarei a
alegria do conforto. Consolado por vós e pelo vosso filho, saberei sofrer em
paz as minhas penas; ser-me-á mais suave a dor e mais serena a morte. E quando
chegar junto aos vosso trono, cantarei, eternamente, as vossas misericórdias.
Assim seja.
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