A mesma espiritualidade franciscana, centrada numa vida
evangelicamente pobre e simples, distingue Frei Diego Oddi, que hoje
contemplamos no coro dos Beatos. Na escola de São Francisco, ele aprendeu que
nada pertence ao homem a não ser os vícios e os pecados e que tudo o que a pessoa
humana possui, na realidade é dom de Deus. Desta forma aprendeu a não se
angustiar inutilmente, mas a expor a Deus "orações,
súplicas e agradecimentos" por todas as necessidades, como escutamos do
apóstolo Paulo na segunda Leitura (cf. Fl 4,
6).
Durante o
seu longo serviço de esmoleiro, foi autêntico anjo de paz e bem para todas as
pessoas que o encontravam, sobretudo porque sabia ir ao encontro das
necessidades dos mais pobres e provados. Com o seu testemunho jubiloso e
sereno, com a sua fé genuína e convicta, com a sua oração e o seu incansável
trabalho o Beato Diego indica as virtudes evangélicas, que são a via-mestra
para alcançar a paz.
Papa João Paulo II –
Homilia de Beatificação - 3 de Outubro de 1999
Diego Oddi nasceu em Vallinfreda (Roma) a 6
de Junho de 1839, no seio de uma família pobre e muito religiosa. Durante uma
peregrinação ao Retiro de São Francisco, em Bellegra, ficou impressionado com o
lugar e a vida santa que levavam os frades que ali viviam.
Alguns anos mais tarde, lembrando-se sempre
da experiência vivida naquela visita ao convento franciscano, o jovem Diego
retornou àquele lugar para pedir conselho a Frei Mariano, famoso religioso
naquela época e hoje também beatificado. As palavras simples desse humilde
porteiro do convento impressionaram- no a tal ponto, que Diego resolveu pensar
a sério na sua vocação e aumentou o tempo de oração, entregando-se aos
desígnios de Deus.
Entrou no
Retiro de Bellegra em 1871, superando a resistência dos seus pais. Foi acolhido
como simples «terceiro oblato» e, em 1889, pronunciou os votos solenes. Durante
quarenta anos percorreu os caminhos de Subiaco, pedindo esmola.
Analfabeto, mas arguto e com facilidade de
dialogar, surpreendia a todos com as suas palavras, brotadas de um coração
habituado a pronunciá-las nos colóquios com Deus. Quando o sino indicava o
silêncio da noite, Diego permanecia na capela a falar com o Senhor, e esse
colóquio prolongava-se durante toda a noite, sabendo haurir desse momento de
graça a sabedoria da fé e a força para a fidelidade ao espírito franciscano.
A sua vida
foi feita com nada de extraordinário, e por isso esta simplicidade, unida à
austeridade e penitência, produzia grandes frutos de aperfeiçoamento cristão em
quantos se encontravam com ele.
Morreu a 3
de Junho de 1919, tendo consagrado totalmente a vida a Deus, pondo em prática a
vontade dos superiores e sabendo interpretar os eventos quotidianos como sinais
daquilo que Deus lhe pedia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário