«Reza, antes de
tudo, para que te sejam abertas as portas da luz, pois ninguém pode ver nem
compreender, se Deus e seu Cristo não lhe concedem a compreensão»
É o mais importante dos
padres apologetas do século II. A palavra «apologeta» faz referência a esses
antigos escritores cristãos que se propunham defender a nossa religião das
graves acusações dos pagãos e dos judeus, e difundir a doutrina cristã de uma
maneira adaptada à cultura de seu tempo.
Justino nasceu ao redor do
ano 100, na antiga Siquém, em Samaria, na Terra Santa; buscou a verdade durante
muito tempo, peregrinando pelas diferentes escolas da tradição filosófica grega.
Por último, como ele mesmo conta, um ancião com o qual se havia encontrado na
praia do mar, primeiro o fez entrar em crise, ao demonstrar-lhe a incapacidade
do homem para satisfazer unicamente com suas forças a aspiração ao divino.
Depois lhe indicou nos antigos profetas as pessoas às quais tinha de dirigir-se
para encontrar o caminho de Deus e a «verdadeira filosofia». Ao despedir-se, o
ancião lhe exortou à oração para que lhe fossem abertas as portas da luz.
A narração simboliza o
episódio crucial da vida de Justino: ao final de um longo caminho filosófico de
busca da verdade, chegou à fé cristã.
Justino, e com ele
outros apologetas, firmaram a tomada de posição clara da fé cristã pelo Deus
dos filósofos contra os falsos deuses da religião pagã. Era a opção pela
verdade do ser contra o mito do costume. Algumas décadas depois de Justino,
Tertuliano definiu a mesma opção dos cristãos com uma sentença lapidária que
sempre é válida: «Dominus noster Christus
veritatem se, non consuetudinem, cognominavit — Cristo afirmou que era a
verdade, não o costume»
Fundou uma escola em Roma, onde iniciava
gratuitamente os alunos na nova religião, considerada como a verdadeira
filosofia. Por inveja e por não aceitar a verdade, um filosofo denunciou São Justino, que foi julgado injustamente, flagelado e por não renunciar a Jesus Cristo, foi decapitado. Isso no ano de 167, sob o reinado de Marco Aurélio, o imperador filósofo a quem Justino havia
dirigido sua «Apologia».
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