terça-feira, 10 de janeiro de 2017

10 de janeiro - Santa Leônia Francisca de Sales Aviat

O desígnio benévolo do Pai que "nos faz entrar no reino de seu Filho predileto" encontra em Santa Leônia Francisca de Sales Aviat uma maravilhosa realização: ela viveu até ao fim a oferta de si própria. No centro do seu empenho e do seu apostolado, a Ir. Francisca de Sales coloca a oração e a união a Deus, onde ela encontra a orientação e a força para vencer as provas e dificuldades, e persevera, até ao fim da sua existência, nesta vida de fé, desejando deixar-se conduzir pelo Senhor: "Ó meu Deus, que a minha felicidade consista em sacrificar-Vos todas as minhas vontades e desejos!".
A decisão que melhor caracteriza a Madre Aviat, "esquecer-me de mim completamente", é também para nós um apelo a ir contra a corrente do egoísmo e dos prazeres fáceis, a abrirmo-nos às necessidades sociais e espirituais do nosso tempo.

Queridas Irmãs Oblatas de Santa Francisca de Sales, a exemplo da vossa fundadora, em profunda comunhão com a Igreja, sede, onde Deus vos colocou, bem determinadas em receber as graças presentes e em aproveitá-las, pois é em Deus que se encontram a luz e a ajuda necessárias em qualquer circunstância! Confiando na poderosa intercessão da nova Santa, aceitai alegremente o convite a viver, numa fidelidade renovada, as intuições que ela viveu de modo tão perfeito.

Papa João Paulo II – Homilia de Canonização – 25 de novembro de 2001

Leônia Aviat nasceu no dia 16 de setembro de 1844 na cidade de Sézanne, na região francesa de Champagne. Seus pais eram católicos praticantes e honestos comerciantes.
Conforme o costume da época, quando completou dez anos eles a enviaram para o colégio das Irmãs da Visitação da cidade de Troyes, ali permanecendo por seis anos. Foi naquele período que ela recebeu a Primeira Comunhão e a Crisma. Sob a sábia orientação do capelão Padre Luis Brisson e da superiora Madre Chappuis, recebeu uma educação humanística, uma profunda formação religiosa e moral, marcada pela doutrina salesiana de abandono à Divina Providência.

Em 1866, Leônia rejeitou um vantajoso matrimonio, expressando o desejo sincero de dedicar sua vida a Jesus Cristo. Com autorização dos pais ela foi visitar o Padre Brisson a fim de se aconselhar.
A cidade de Troyes naquela época tinha se tornado um polo de indústrias têxteis que atraiam a mão de obra do campo para o centro urbano.
Atento a esta situação e sensível às necessidades das adolescentes camponesas que deixavam suas famílias em busca do trabalho promissor, desde 1858 o Padre Brisson havia fundado a Obra São Francisco de Sales, uma casa-família que acolhia e assegurava a assistência e a educação cristã àquelas jovens operárias. Porém, como era difícil encontrar uma diretora estável para esta casa-família, o Padre Brisson havia decidido fundar uma congregação religiosa.

Durante a visita de Leônia o experiente padre expôs esta situação e encontrou nos anseios da jovem um sinal de Deus. Colocou-a direção da casa-família.
Em 1868 ele fundou a Congregação para continuar de forma organizada a sua Obra para as operárias e Leônia vestiu o hábito religioso juntamente com Lucia Cannet, sua ex-companheira de estudos, adotando o nome de Irmã Leônia Francisca de Sales Aviat.
Em 1872 Leônia foi eleita superiora da nova Congregação, colocada sob a proteção e guia do santo bispo de Genebra, de quem adotam completamente as regras espirituais e pedagógicas. Isto explica o nome adotado “Madres Oblatas de São Francisco de Sales”.
Desde então, Madre Aviat se dedicou ao apostolado entre as jovens operárias, dando a elas segurança, educação religiosa, recreação e preparando-as para no futuro constituírem famílias católicas bem estruturadas. As Oblatas abrem escolas básicas nas paróquias.

Após ter estabilizado a Congregação e as casas-famílias de Troyes, Madre Aviat foi para Paris, onde organizou um pensionato para moças de famílias ricas, revelando-se uma educadora excepcional, obtendo, junto à alta sociedade parisiense, o mesmo sucesso que alcançara com as jovens operárias de Troyes. Madre Aviat dirigiu esta obra por oito anos, estendendo assim seu apostolado às diversas classes sociais.

Retornando a Casa-Mãe da Congregação, ali residiu por mais quinze anos, assumindo o posto de superiora até sua morte.

Madre Aviat enviou Irmãs Oblatas para a Namíbia, África do Sul, Equador, Suíça, Áustria, Inglaterra e Itália, abrindo pensionatos, escolas e obras assistenciais.
No ano de 1903 as leis anticlericais francesas de Emilio Combes decretaram a dissolução das Congregações religiosas e o fechamento de suas casas, apoderando-se de todos os seus bens. Vinte e três casas de sua obra, mais seis dos padres Oblatas foram fechadas.

Madre Aviat e suas Oblatas se refugiam em Perúgia, onde desde 1896 tinham uma casa para assistência das jovens empregadas domésticas.
Daquela cidade Madre Aviat, que não esmorecera, continuou a atividade da Congregação, exortando suas Irmãs com cartas, visitas e ensinamentos.

Em 2 de fevereiro de 1908, o venerando Padre Brisson falece na sua cidade natal, e Madre Leônia só pode assistir ao funeral vestindo roupas civis.

Nos últimos anos ela se dedicou à obtenção da aprovação definitiva das Constituições da obra, que ela apresentou ao Papa São Pio X, tendo este dado a aprovação canônica em 1911.

Madre Leônia morreu em Perúgia, Itália, no dia 10 de janeiro de 1914, na Casa religiosa da Via della Cupa. Foi primeiramente sepultada no cemitério local. Mais tarde seu corpo foi transladado para a Igreja de Santa Maria della Valle e atualmente repousa na Casa-Mãe da Congregação em Troyes, França.


Foi beatificada em 27 de setembro de 1992 pelo Papa João Paulo II e canonizada pelo mesmo pontífice em 25 de novembro de 2001, na Basílica Vaticana, em Roma. Para sua festa litúrgica a Igreja reservou o dia 10 de janeiro.

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